quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Vincent

Aiaiaiaiai acabo de chegar do ensaio do Vincent, e não é fácil, nada fácil. Nada fácil continuar ensaiando sozinha, e depois de três horas perceber que estou bêbada, chorando sentada no chão, me perguntando o sentido de tudo isso. Pra que?por que? Não sei!!!! Março ta esbarrando e já promete uma avalanche de sentimentos!!!! Medo da vida!!!

O que vale são vocês!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Buracos

Descrever buracos, tarefa impossível!
Eles são delicados, chegam silenciosamente, e quando a gente fica calado ninguém advinha! Ninguém se culpa! Somente o dono do próprio buraco.
Seria simples se eles ficassem isolados de amor. Mas, principalmente, eles nascem no amor. Nem sempre o amor aguenta a queda!!!!!
Chega de esperança tola..entrega-se a essas tristezas sem fim..... Esses buracos....

Buracos. A propriedade básica de uma lágrima é um buraco. A destreza é admitir a complexidade de sua formação. Os pontos, as bifurcações, o entre.

O amor sempre abandona, já dizia Vinícius, que seja eterno enquanto dure!!!!!! O que é que dura? O silencio?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Silêncio dentro do mundo

Hoje eu escrevo do lado de quem olha pro mundo um tempo e suspira dentro do tamanho de um silêncio doído. As pessoas vivem passando umas por cima das outras, os bobos sensíveis se estacionam na esquina, por lá eles ficam, se aquecendo de cachaça, sem identidade e endereço fixo. Não é fácil manter as esperanças, o emprego, a boa vida. Não é fácil admitir uma certa crueldade inerente ao sistema das oito horas por dia. Os melhores serão sempre os piores e os fracassados serão sempre as boas almas que passaram despercebidas. Quero ficar em silêncio. Quero a invisibilidade do meu cantinho cheirando amor madrugada adentro, mesmo roendo de sinusite no dia seguinte. Não, eu não quero ser a melhor, porque dos melhores o pior nasce sem aviso, assim, como se fosse uma necessidade. Não, eu não quero viajar o mundo todo e ter milhares de amigos, quero a quietude de uma noite com quatro xícaras, uma nota de dois, um baseado e um bom livro. Quero ficar quieta, ouvindo Lhasa enquanto um amigo toma seu banho, enquanto aquele outro cuida da filha, enquanto o terceiro afunda no colchão. Quero me aquecer com cachaça sem ter que exibir minha foto no facebook, quero dizer que sou menos, quero fazer bem pouco, quero acordar cedo e tarde, beber chá e vinho, fazer piquenique, rolar de rir da samambaia flosflorescente. Quero bater a cabeça na parede de tanto rir, abrir a peneira sem perceber que fiz força demais, quero explicar a formação de uma torrada com requeijão enquanto não consigo engolir. O sistema é cruel. O pobre sem escola e sem oportunidade continua sendo o excluído das bolsas universitárias, o preguiçoso sem atitude, o favelado das cotas sem bons professores no ensino básico. É um ciclo vicioso. Um sistema de merda que massacra, que engole e cospe pra fora depois de um tempo. Eu quero minha burrice inútil, minha tranquilidade de saber que fiz tudo com o coração na mão, meus caminhos tortos e minha tristeza segura. Quero dançar na sala de drinks derramados, de um ajudando o outro, do sol nascendo forte enquanto apagamos as velas.
Cansei dessa coisa de quem colhe planta, mentira pura. Não é assim que funciona. Nunca foi. Muitas vezes quem planta é roubado silenciosamente no fim da noite, é exatamente por isso que outros colhem tanto. Quero plantar menos e colher menos ainda. Quero afundar na terra e viver das raízes. Quero a calmaria de quem pega o silêncio do amor.