quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ainda não encontrei meus sapatos coloridos...

Novas almofadas coloridas na sala. Colorindo a alma, colorindo meus dentes, minhas estátuas, minhas fotografias. Colorindo meu rosto, meus pés, meu corpo. Colorindo a mesa, a cama, as cadeiras. Colorindo o de fora pra abafar um pouco o preto e branco de dentro. Colorindo a língua, colorindo as janelas, colorindo os amigos. Tentando colorir o amor. Tentando colorir meus sapatos... Sapatos parados, dormindo até tarde, perdendo o barulho do despertador. Sapatos sem cor, sem sola, sem mola. Sem sapatos coloridos eu fico sem cor....
Pra dar conta do amor e da vida basta um par de sapatos coloridos....
O problema é que procurei em milhares de lojas, mas nunca acho um que me sirva.... Talvez esteja procurando meus sapatos coloridos no lugar errado, por isso comprei almofadas.... Mas elas não coloriram o que eu precisava....
Mas já ajuda, lembrei do meu pai, ele dizia: Quem não tem cão, caça com gato!
Quem não tem sapatos coloridos se contenta com almofadas, coloridas, claro!!!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Te prometo que eu sigo

Poderíamos abrir todas as portas e escancarar isso que chamamos de vida. Mas me sinto solitária de mais nisso que não entendo. O dia pesa em mim, como pequenas pedrinhas colocadas, uma a uma, na minha pele suja e sufocada. Eu não queria desistir, mas quando me vejo feia no olho de quem eu amo minha vontade é retornar no começo vazio. Eu também tenho medo, eu também tenho dores, eu também tenho passado, eu também sinto, eu também preciso reformular coisas, eu também preciso de espaço, eu também preciso que me entenda, eu também tenho meu tempo. Não sei mais no que acredito. Se tudo parece sem espaço minha alma não tem pra onde correr, esse nó na garganta me sufoca. Esse peso nos ombros de aceitar tudo me afunda. Esse buraco que é a vida me escurece.
Nesse estado de animo inalterável eu desejo a distancia. Não existe nada além do ócio que me atinja, essa embriaguez necessária me faz necessária. Quando não mais acredito eu me perco, e sei que agora é só uma questão de tempo. Não existe liberdade, não agora!Desisti de todos nós, desisti de nós, agora é só questão de tempo, ah!como isso me dói, ah o amor...ele nos arranca de tudo e qualquer coisa. Transportada para além de qualquer coisa. Inexisto!Sem nexo, sem porta, sem sentido!É tudo quase a mesma coisa, só uma questão de tempo. No escuro o morto se desfalece sozinho, e nós continuamos a continuidade da tentativa. Parece que vale, mas no fundo não vale, nada vale, nada vale além do amor. E se amamos nos mantemos fiéis, fiéis a instabilidade constante do eu. Se desejo acreditar eu me mantenho, mas se desejo o contrário me desalinho. E não existe dor mais dolorosa que a falta. porque continuamos?porque no fundo existe a vontade inerente do amanhã, por isso a morte dói tanto. Não basta o fim, no fundo nossa necessidade é do começo,logo, inventamos. E ai?e ai que dói tudo, do músculo a mente, e nada de algum remédio resolver. Eu desisto de você, porque me vale mais a farsa que a realidade corrupta de não querer tanto, sem tesão e sem paixão o mundo perde a vez. Nós perdemos!Me ouve, me escuta, me olha de verdade. Entra comigo onde quer que seja, se me escolher a gente vai junto. Te prometo que eu sigo, de mão dada, apertada, mas a vida nos dói e talvez por um tempo fique escuro, ou em mim ou em você. Mas se ficarmos no escuro de mãos dadas, é mais fácil meu amor, juro que é!É mais fácil estar com você na minha dor ou na sua, do que estar sozinha nisso que não entendo. Meus dias estão tranquilos como um furacão. Não sou fácil, e perdi quem me amparava quando o copo ficava vazio. Faz tempo que o copo se mantém vazio, mas que assim seja... Talvez seja melhor.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

foda_se_foda_me_fodam_se

Foda-se você

Fodam-se

Me fodam

Fodam o mundo com o mundo
dentro

E todos nós...sendo fudidos.

QUANTO AMOR!

QUANTA HUMANIDADE EM UMA

FODA SÓ.UMA FOSSA SÓ.

Vivemos então!!!

Coisas dos outros



"Então, de repente, sem pretender, respirou fundo e pensou que era bom viver. Mesmo que as partidas doessem, e que a cada dia fosse necessário adotar uma nova maneira de agir e de pensar, descobrindo-a inútil no dia seguinte - mesmo assim era bom viver. Não era fácil, nem agradável. Mas ainda assim era bom. Tinha quase certeza."
"Cada busca inútil me traz uma impressão longínqua de despedaçar-se: chegou-se a algum lugar, afinal, pois chegamos quando nos dispomos a continuar; mas a que custo! Seria talvez mais desejável para nos, gente, não chegar, achando quem sabe um último suspiro depois de um último passo.Cada noite que desce sobre uma espera vã traz-me à boca um gosto de vinagre, aos ouvidos um som qualquer que ensurdeça. Ninguém se disse adeus, e na ausência de luz alguém está morrendo sozinho.Cada vez que não morremos parece-me que demos mais um passo pra trás, progredimos no sentido inverso, chegamos, pois que nos levantamos para prosseguir. E nestes dias de indolência, oco, ânsia oculta, uma sensação de interminabilidade sobe, sobe, pelas veias sobe. Nada. Esta falta de segredo é uma chegada, no seu verdadeiro significado: chegada é sempre escala; ponto para respirar; pela penúltima vez, quem sabe.
Esta brisa marinha semimágica que entra tão sub-repticiamente pela janela denuncia o quê? Ou liquefaz meus suspiros em mistério tátil e tácito. Meu Deus, de novo a brisa a me desalienar e desalinhar, despertando o borbulhar que o ano inteirinho pressentiu. Suspirosa e oleosa, uma tonta. Ligo o rádio. Será que eu fuiengolida inteira? Faz de conta que a minha digestão é fácil, que as grandes partes se derreteram já, que os ossos cuspidos estão arrumados, insensíveis e ressecando [...] A noite despencou e quebrou três estrelas."
 
Samba-canção
Tantos poemas que perdi.
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone – taí,,
eu fiz tudo pra você gostar,
fui mulher vulgar,
meia-bruxa, meia-fera,
risinho modernista
arranhando na garganta,
malandra, bicha,
bem viada, vândala,
talvez maquiavélica,
e um dia emburrei-me,
vali-me de mesuras
(era comércio, avara,
embora um pouco burra,
porque inteligente me punha
logo rubra, ou ao contrário, cara
pálida que desconhece
o próprio cor-de-rosa,
e tantas fiz, talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...


Ana Cristina Cesar

"Estou aprendendo a ver. Não sei o que provoca isso, tudo penetra mais fundo em mim,e não para no lugar em que costumava terminar antes. Talvez um interior que ignorava. Agora, tudo vai dar aí. E não sei o que vai acontecer"

...

"Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar"

"Não se pode ter paz evitando a vida.”
Virginia Woolf   

"[...] E a doçura é tanta que faz insuportável cócega na alma. Viver é mágico e inteiramente inexplicável."
Clarice Lispector

"sem paixão não dá nem pra chupar um picolé." Nelson Rodrigues

"Que tudo se foda,
disse ela.
e se fodeu toda.""
Paulo Leminsk

Uma Carta

"Alberto

Sobre a tua carta recebida hoje, nada ou quase nada tenho a dizer-te. Ela nada adianta sobre as tuas e as minhas razôes. Continuas a sentir as tuas e eu as minhas... Apenas te peço tréguas a este infernal cansaço destes últimos dias. Estou fatigada. Matam-me. Nada tens a dizer-me de novo, nem eu a ti. Queres agora atirar para os meus fracos ombros a pesada responsabilidade duma separação?!Seja. Dir-te-ei apenas o que já te disse creio que duas vezes. Seguir-te-ei para onde me chamares, farei o que quiseres que eu faça. Espero. Sou tua mulher, não é verdade?Espero as tuas ordens, as tuas resoluções. Quando me não quiseres, diz. Se me quiseres, diz também. Eu só peço que me deixe em paz, ou pelo menos respirar, porque já não posso mais. Tudo quanto quiserem, mas não me enleiem mais com filosofias, com arguições e com queixas. Como te disse: espero. Eu não sei o que é a justiça, eu não sei o que é a verdade, eu não sei o que é o amor, eu não sei nada. Seja. Tu que sabes tudo, resolve, procede, simplifica. Mais discursos, não. Para quê?Valem todos o mesmo!São todos a mesma coisa!Já me dissestes tudo e eu já te disse tudo. Estou como em minha casa. Tenho um teto que me abrigue, tenho que comer. Posso perfeitamente esperar que resolvas a tua vida, a minha vida. Não tenho pressas já. Não é para mim tudo já a mesma coisa?!Teorias, mas não. Peço-te. Resolve tudo como quiseres. Tudo fica em tua mão, é tudo como quiseres. Estou cansada. Estou resignada. Já quase tudo me é indiferente. Eu espero mas, como já te disse, não discurso mas resoluções. Poupa-me a mais mágoas, que é uma obra de caridade.
Adeus.

Florbela"

Livro: "Afinado Desconcerto - (Contos, cartas, diários)"
Organização: Maria Lúcia Dal Farra
pg.179

ANGIOS – de flores brancas e flores sagitadas

Do lado de cá os azulejos revezam entre o quente e o frio. Meus pés descalços sobre o piso limpo, acendo um incenso de mirra pra aliviar o ambiente. Não consigo ler nem adiantar os trabalhos da faculdade. Sem concentração!Coloquei Amy de fundo pra dar um UP na vontade, mas parece que a chegada inesperada da monotonia não tem remédio. Entre pessoas e conversas eu desconcentro, perco o rumo da risada e volto meus olhos pra dentro, é inútil continuar insistindo, e porque?talvez pelo tempo ou pela falta de. Que seja doce, sobretudo doce esse meu caminho. Sem inspiração!Pensamentos confusos me atropelam no asfalto quente, cheia de sacolas nas mãos eu busco a tentativa de poder, um dia, me organizar, não dessa organização empilhada, não é disso que falo, mas sim uma organização inspirada e estabilizada da alma. Mesmo que o atropelo se mantenha necessário. Me perco. Entre guimbas de cigarros e um suco de uva, eu me calo em um abrupto silêncio. Espero.... Espero que alguma coisa caia, que alguma coisa bata, que alguma coisa mude, que alguma coisa aconteça, que alguma coisa continue... Eu espero. Sempre esperei. Não vejo sentindo algum na espera... Tédio de si mesmo!Tédio de mim mesma!Tédio!Um delicioso tédio de esperar sem sentido algum, porque no fim, ah!No fim eu sempre sei do começo, e vou de novo, e me afundo de novo, e me ergo novamente... e assim eu sigo, sem medo algum dessas dores que em mim já são membros completos e regenerados. Continuo.... e fica pra trás minha cara nas costas, meu corpo no chão, caminho sabendo de todos eles espalhados pelo passado, isso me renova e me faz forte. Não falo de uma força qualquer, mas sim da minha força enredada de fé e vontade... Mesmo no tédio, eu continuo. Com angios enroscados nos cabelos e nos pés, perfumando meus azulejos quentes, e por vezes, frios.... Eu juro e prometo que continuo....

Angios. Trepadeira da fam. das convolvuláceas (Polygonum convolvulus), de caules filiformes, flores brancas e folhas sagitadas, originária do hemisfério norte e encontrada em algumas regiões do Brasil

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Mudando...

Caralho, eu já fui mais corajosa!
Quando sai de casa e deixei todas aquelas coisas distantes eu chorei, mas peguei a estrada com uma fé e uma força gigantesca no coração, sentia que estava fazendo a coisa certa. O tempo vai passando, as unhas vão crescendo, as responsabilidades vão aumentando e a alma vai se enchendo de medo em determinados compartimentos. Chorei a manhã inteira, sinto um medo enorme da vida. A vida é solitária de mais.... lavamos os pés e renovamos o guarda-roupa, no álbum velho da família a gente nem toca mais direito, apressadamente caminhamos e deixamos os lenços que molhamos nas despedidas perdidos nos lixos ou nos armários das casas que já moramos, nas mãos das pessoas que já beijamos, que já dormimos, e principalmente daquelas que ainda amamos. A vida não permite ensaios, as escolhas não nos dão um treinamento antecipado... pode ser um erro, pode ser um acerto, mas é assim essa vida que me guia.... e que dessa vez seja a escolha certa, mesmo não sendo a mais certa assim.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"Oleosa e suspirosa...Uma tonta"

Minha crença escorregou e caiu no ralo.... pelo menos é isso que estou sentindo agora.... Uma pena!!!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Metafísica ingênua da imagem...Agora, nem tão ingênua assim!

Hoje o dia deu uma clareada de euforia, e eu queria você mais perto...E até agora não sei porque você foi, porque não veio, porque não ficou. Mas não importa.... Hoje o dia deu uma clareada!E eu te queria aqui, dormindo comigo na casa nova, nas notícias novas, no dia novo. Rindo comigo, ou em silêncio... mas aqui! Era só tomar um café me dar um abraço e me ouvir falar, fechar os olhos e dançar comigo, pular comigo, no meio da rua mesmo, como se não houvesse ninguém além de nossas almas cheias, eufóricas, clareadas. Tô com medo, ansiosa, nervosa. Meu nego vai ficar aqui, minhas branquinhas também... sentirei falta das risadas e da poesia. Mas os ciclos são importantes e necessários. O mundo vai girando e a gente vai mudando. Pedi tanto pra ficar sozinha que agora eu consegui, dessa vez não é só imaginação, mas é palpável... Palpável na sua inércia. Uma metafísica que faz da minha imagem a coisa, e não simplesmente uma substituição imaginária do objeto desejado, mas o objeto vira a coisa em si, e toma forma, e como toma forma...Mas tem uma imagem que ainda não sai do meu buraco: você comigo no meio da rua pulando com o contrato na mão. Mas essa ainda é só uma imagem, uma imagem que toma corpo pela ação da minha alma... aiaiaiaiai,que medo!rs!A la Sartre “...como a servidão e a liberdade humana, ao mesmo tempo separadas entre si e continuamente ligados.” Contraditória essa minha escolha e tudo isso que ta martelando aqui dentro.... enfim!Tá claro e cheio de bolinhas coloridas dando pontadas de medo na minha cabeça.... e muita fumaça, claro, desse meu cigarro que não sai da boca....

domingo, 7 de novembro de 2010

Tenho Envelhecido...

Hoje eu fiquei fresca, E tem tanta chuva lá fora... meu coração apertado aqui dentro. Cresci e nem vi. Tô ficando velha de mais pra algumas coisas e perdi a destreza de lidar com elas. Tá frio e vazio. Quero morar sozinha e ter um peixe e uma planta. Quero acordar sem nada pra fazer no dia e sem esse peso na cuca de estar perdendo tempo. Quero poder viver meus dias sossegados e calmos, ascender incenso no canto da porta, colocar tapetes coloridos na entrada da minha casa e dependurar origamis na sala. Envelheci sem saber o que é, e o pior é que olho no espelho e ainda vejo aquela menina de 17 anos sem muitos compromissos e responsabilidades. Mas é tudo uma simples imagem que ficou construída em algum espaço do meu cérebro, o que não condiz, absolutamente, com a realidade. Meu coração está apaixonado, e fica esse buraquinho que atropela tudo e teima em latejar uma dor ardente e continua, quando ele vai embora. Mas passa, e logo me acostumo ao cotidiano sem graça de sempre. Tenho sonhado com a minha casa e meus tapetes. Quero talheres coloridos e desenhos de criança no banheiro. Quero chegar no sábado e me refugiar no meu cantinho cheirando a flores e alecrim. Sem esperar nada daquele canto que me abriga, só perder meu tempo observando essa chuvinha fina que cai lá fora. Ver um filme no domingo e passar o dia comendo frutas frescas. Sozinha!sem barulho e aporrinhamento de viver coletivamente. Tenho envelhecido muito depressa, e descobri que não conto mais o tempo como contava quando era nova e reconhecia a imagem de dentro com a imagem de fora. Conto o tempo, depois que envelheci, de uma maneira sem relógio, horas, dias, semanas.... conto o tempo pensando no que sinto e no que vejo. Conto os dias sentindo o que me abraça, conto o dia pela quantidade de amor que me embala, tem vez que o tempo corre.... mas tem vez...ahhhhhh.....Tem vez que o tempo ralenta e acalenta.... é lindo!Não sinto os dias, não sinto o cotidiano, nem fico preocupada com a cuca perdendo tempo. Só me encho de chuva, música e uma sensação lenta de vida sendo vivida suavemente. É lindo...

Una Mujer Ideal

O que caracteriza uma mulher feia?Busco às características de uma mulher bonita, uma mujer IDEAL!!!!
-Tudo lo que interesa a la mujer
Justificativas
No fundo tudo importa, e como importa
Opiniões
Consenso: 1,70 de altura
50KG, simétrica, hétero, inteligente, independente,felizcriativa,com a capacidade de ser mãe
Bissexual, 1,68 de altura, 69kg ou 70kg(é sempre vergonhoso dizer o peso real) Justificativas, no fundo tudo importa
Criativa(buscando os pontos positivos), solitária, depressiva, dependente, fumante, alcoólatra(no meio é chic dizer isso, justificativas), atriz, criança, menina, velha, esposa, carente, sonhadora, muito muito muito sonhadora, uma menina.
Uma menina com esperanças enlatadas, vontades apagadas, falhas....ou justificativas
TUDO QUE INTERESSA É O AMOR
Ame. Ser um homem de paixões
Um caos, vivo em um grande caos, conflito externo, trânsito, rebeliões, o que é necessário para matar a si mesmo?
Quais as características?viver uma vida inteira, continuar uma vida, andar em instantes, trabalho, futuro, sonhos...
- Ser paquita da xuxa
- Ser protagonista da novela as 8
- Cantar no programa do faustão
- ter o corpo da Carla Peres
- O dinheiro do Silvio Santos
- Fazer faculdade
- Ser simpática
- Ter vários amigos
- Encontrar um grande amor
SER FELIZ PRA SEMPRE
Instável, confusa, sem lugar
Comer damasco em um quarto escuro de hotel barato...Sozinha, enquadrada por 4 paredes vermelhas, uma cama de casal coberta de colchoes furados, cheiro de lodo , mofo... COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME COME
AMA....ESPERA!!!

Bom Dia!


"Quero ser uma fonte de desejos diários"

ANA - Em casa


Ana escrevia sobre realidades não vividas.
Um quartinho sujo, cheio de baratas, roupas velhas, maços de cigarro, lixo, restos e na parede amarela....os girassóis.
Ana acorda ás 7:00h
Ás 6:55 o vizinho de cima toma seu banho solitário
Ás 7:15h Ana escreve
Ás 7:16h ela se perde nas palavras, nas histórias, no teclado da máquina de escrever, personagens confusos e complexos
Ás 7:17h ela se encontrava
1 minuto de vazio
Ás 7:18h ela fuma o pimeiro cigarro do dia

em off: ACORDA ANA, ACORDA, VIVEMOS DE UMA FALSA REALIDADE, LEVATA!LAVA A CARA!ESQUENTA UM CAFÉ, SENTA E ESCREVE ANA, VIVE UM POUCO.... DORME!

Nem encontrada, nem perdida, nem vazia... solitária!Dessas solidões que não se encontram em qualquer alma nem em qualquer buraco.... era a solidão de Ana!A solidão de Ana, assim como de cada um, é um solidão de buraco único e vazio
.
ESTAVA ALI PARADA, FIXADA POR 30 MINUTOS NA XÍCARA DE CAFÉ...VAZIA

Ana não tinha histórias, a não ser a sua!Uma pena....

Ás 7:45h Ana volta pra cama

UM GRANDE ESPAÇO VAZIO
- Um ponto de pensamento parado
Ana: Tenho pensado em tanta coisa, e me confundido com tudo que tenho pensado. Muita coisa acontecendo em mim, dentro de mim... ninguém conhece, reconhece, compreende, entende... não sei!Estou com medo das pessoas, estou com medo de tanta coisa, dessas coisas que eu não entendo. As pessoas são estranhas... estranhamente individuais, erroneamente solitária.

ÁS 16:47 ela dorme
ÀS 7:00h ela sobrevive

6:00h

6:00h da manhã


Mais um dia daqueles...
O dia acorda, eu levanto
Acredito que acordar é um ato de profunda humildade comigo mesma, prefiro o sono.
Na rua são 6:00h da manhã, um silencio angustiante, céu nublado com pancadas de chuva a tarde...humedeço.
Orifícios da derme perfeitamente enchercados de angustia, continuo.
Ao atravessar a rua me sinto perdida, não sei que ônibus pegar, que caminho escolher ou mesmo por onde voltar...
Menina sequiosa essa...
Quero alguma coisa
Quero o que?
Perdi a razão
doida
alienada
insensata
imprudente
doidivana
brincalhona
apaixonada
arrebatada
furiosa
Perdida...
 
Alguém tem um copo de água limpa?

Minha Maristela



Maristela gritava de dor e pânico. Sua solidão ardia. Era composta de pedaços mal feitos, quem a construiu esqueceu-se de ditar as formulas de manuseio. Nossa pequena boneca carregava no peito aqueles insetos enormes que denominava “A dor”.Aquilo tudo parecia abstrato de mais, mas nossa pequena menina sentia. Mesmo gritando, se escondia. Tinha medo daquela loucura que a rodeava, assim como as formigas espreitam os doces esquecidos na mesa. Sua cara era comum. Matinha uma bela aparência apresentável. E naquele instante de descontrole aceitava dentro de si a insanidade. As perguntas no cérebro não sessavam, constantes ataques de horror. Isso não é humanidade? Se perguntava ela sempre que perdia a si mesma. E todos os que existem sobre a terra não carregam em si essa inconstância de ser? Será isso loucura meu deus? Rejeitava qualquer forma de tratamento. Não que Maristela já tenha procurado um médico. Não é isso!Ela simplesmente se dividia em duas, e aquele eu composto de formalismos normais e aceitáveis socialmente sugeria a outra parte sua que procurasse imediatamente um médico. Mas nossa boneca dupla negava qualquer possibilidade de aceitação de um possível desvio de personalidade. Perguntava-se sempre se não somos todos muito loucos, perdidos em si..Desesperados. Talvez!Pra acalmar as perguntas ela tentava dormir. Insonias frequentes a perseguiam pela madrugada. E aquela mania de perseguição vivia arrastando nosso pequeno bibelô a um estado de depressão profunda. Mas sua dupla, seu eu que se dividia, sua companheira que criou para si, que tinha o mesmo nome, a mesma altura e a mesma idade, acabava se tornando uma especie de amizade fiel. Aconselhava Maristela como se aconselham os filhos, o problema é que nossa menina não ouvia. Não, não é isso!Ouvir ela ouvia, sim, mas negava qualquer instancia de argumentação alheia, e pra agravar a situação o advogado de defesa e de ataque, não era nada mais nada menos que ela mesma. Vivia se confundido com a maneira que escolheu de definir e de agir. Por hora mantinha um comportamento sensato, mas no momento seguinte era mergulhada na duvida perniciosa e delirante. Pobre menina, nem sabia direito onde colocar os pés. Talvez isso seja normal, é talvez!dizia nossa pequena moça para si. Não que ela não fosse uma pessoa normal, mas se perguntava de mais sobre isso, e perguntas em excesso confundem nossas cabeças doentes. Metade dela trabalhava feliz, queria casa, filhos, amigos. O problema central era diagnosticado na outra metade viva. Detestava tudo e qualquer coisa e se segurava com as unhas e uivava sempre quando os insetos à atormentavam incessantemente. A grande questão aparecia quando a parte inferior de si se questionava sobre os insetos. A solidão gritava como recém nascido. Porque ambas as partes se perdiam nas respostas. Você acredita que um ser humano possa enlouquecer com consciência?