domingo, 25 de setembro de 2016

Chove

Nesse instante chove. Absolutamente chove. Chove com uma força descomunal, feito o passado. Caem do céu todos os pedaços rejeitados que retornam à terra, caem e se doem dentro das poças de água fria.
Primavera, as flores do jardim brilham como nunca, faz calor. Vejo os relâmpagos pelo espelho, então eu penso q é melhor silenciar e escutar a chuva que toca.

domingo, 4 de setembro de 2016

Golpe

Tem sido difícil levantar da cama e ainda acreditar que é possível. Tem sido difícil ver o moço da padaria e a mulher do ponto de ônibus desistentes com as possibilidades de mudança. Mas eu acho q to bem. To depre com o golpe. To depre com o país. To depre com esse futuro meio suspenso e essa política-policia que tem feito do país uma bomba prestes a explodir. No mais eu tô seguindo. Tentando cuidar da saúde. Tentando cuidar dos cabelos e da alma. Mas as vezes fica tão difícil que eu prefiro sentar na varanda, fumar meu baseado e ficar ouvindo Gal costa, e pensando naqueles tempos onde ainda se tinha esperança. Eu não sei mais se estamos caminhando pra um buraco coronealista farsesco desigual desumano e ilegítimo ou se ainda vale a pena lutar por qualquer coisa q cheire a democracia. E bem do ladinho desse estado de excessão tem a vida, tem os afetos que não cessam de se esbarrar com o medo e a revolta. Tem o dia-a-dia, a carência, as dores que tbm não cessam, apesar de. Enfim... Estamos lutando, resistindo e botando, mais uma vez, a cabeça em uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o que.