segunda-feira, 31 de agosto de 2015

MEU CÚ É MINHA CULTURA


BERNARDO GOUVEIA

Eu gouveia me entrego de corpo e alma À pintura, a arte me consome o sangue os ossos minhalma repleta de poesias transborda em cores e ideias.Não há outro caminho para mim que o cavalete as pastas cromatizantes e os paineis. Pinto visceralmente e me entrego a  sorte perigosa da arte. Não pinto para agradar nem a mim .Pinto por transbordamento a vinte e um anos sem, sequer flertar com qualquer outra pratica.Entregue aos vendavais e tiranias imperiosas do inconciente coletivo ;todos meus nervos,meu figado,meus pulmões anseiam pela poesia de um objeto pictorico que persigo e alcanço temporariamente enquanto me atravessam temas,series, conceitos plasticos.A unica excessão que faço é a leitura de Jorge Luiz Borges.”VIDEMUS NUNC PER SPECULUM” O que podemos alcançar no mais profundo das estrelas está no mais profundo de nos mesmos (de um conto de Borges);Deus tenha misericórdia de minha entrega, oxalá haja retorno,Amém.

Sabe, Be!Eu me entrego demais, e tenho medo que não tenha retorno nenhum, ou que no final não exista sentido. Eu me entreguei a você, mas tive um medo absurdo da loucura. Eu flerto com ela, de longe, do outro lado da calçada. Me da medo quandocela atravessa a rua, não sei se consigo. Te admiro do lado de ca, em silêncio, te vendo nos entornos, correndo desse encontro. Minha vida mudou tanto desde aquele dia, uma porrada de amigo deixou de ficar, outra porrada desistiu e teve uns gatos pingados que ficaram. É assim, não mesmo? Meio solitário e amargo. Ando sozinha demais, e como boa consumista me agarrei aos filmes, as velas e aos chás. Espero que você esteja bem, do jeito for, do jeito que dá. Admiro sua coragem, sua força e suas dores. Admiro seu jeito de se entender com a arte, acho que na contemporaneidade os artistas são assim. 

DESSES ARTISTAS QUE AMAM DEMAIS




Um amor

Sabe o que eu acho que estragou tudo? Eu comecei a ser grosseira demais com você. Era meu jeito de gritar que as coisas não estavam bem.
Você não merece isso. Nem eu!

B.G

"Nunca serei grosseiro com você, porque antes de sê-lo, eu vou chorar" b.

Uma dose de vodka, por favor!

Não da pra saber muito, não da pra saber quase nada, somos imbecis demais pra dar conta de existir. Somos burros. A gente perde a oportunidade de se entregar mais um pouco, de arriscar a segurança, de ser amor com o corpo todo, com a buceta aberta e a alma doendo de desejo. Tem muito desamor nessa vida, e o objetivo é sobreviver à infância. A família e o social estragam o pouco de dignidade que temos. É tanto não! É tanto eu mesmo! É tanto medo! É tanto deserto! Fica tudo vazio, mas a gente se agarra aos pais, os parentes, a poupança, a segurança de um colo cheio de silêncio. A segurança é a pior invenção existencial. Se não tiver segurança a gente desiste, e pensa que é melhor manter o que ja tem! Balela! Imbecilidade! Burrice! Não me comovo com vocês, seus imbecis do crédito e das viagens pelo mundo. Não me comovo com vocês! Não acredito que seja verdade, que seu egoismo faça sentido, que sua cara lavada e seu desrepeito comigo tenham algum valor. Tem dias que meu corpo amolece, minhas mãos tremem de raiva, sono, um eterno sono, uma dor... Que merda! Que merda! Que merda de vida. A humanidade adoeceu, as pessoas estão doentes, ninguém ta dando conta, mas a gente se engana. Só sei me relacionar com pessoas incríveis, aquelas com suas mediocridades sinceras e amores eternos. As pessoas retornam para os seus lares seguros e eu me recolho no furacão solitário da minha vida, sem nada, sem ninguém, sem família, sem amores, sem beleza, sem nada, só a minha vodka e meu cigarro.

ESTAFA

To cansada de ser forte. De ser explosiva. De ser a que sempre da conta, a que sempre pede desculpas. Cansei desse trem aqui dentro, ele é enorme e fica andando no meu peito de um lado para o outro, apertando os buracos, fechando as janelas, queimando meus desejos como se eles fossem rascunhos de alguém que eu poderia ser.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

PARA SAMU...

Samu, eu não te conheço mais.
Mas, sua dor me parece tão legitima!
Te compreendo, mesmo em tamanha inconstância.
Gente que se da demais me comove.

Cartografias sentimentais

Tenho me dedicado a loucura.
Incessantemente.
Antes de sair de casa, antes do almoço, antes da hora do fluxo intenso do meio dia.
Tenho me dedicado ao inexplicável.
Há horas doces e leves, e também há horas de alívio.
Tenho me apagado aos pedaços.
Restituído as lembranças incertas.
Sem medo de dor!
Sem medo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

domingo, 23 de agosto de 2015

Fracassos

Quem disse que a vida seria fácil, que nossa cabeça compreenderia todas as bifurcações da realidade?! Que nós nos confundiríamos?! Um abismo entre a sensação e o que de fato acontece. Construímos nosso mundo cheios de falhas e imperfeições, mas ele que nos cabe, é ele que nos abarca. Existe uma distancia imensa entre o que somos e o que sabemos de nós. A infância e a velhice são certas, o amor é uma escolha, o meio do caminho entre existir e viver. Nem sempre eu escolho a vida, meus momentos de solidão são espelhos, a vida é um rastro difícil de apalpar. Minha casa é linda, meu templo silencioso cheio de santos e incensos. Uma mentira ou uma salvação, nem da pra saber ao certo se isso existe. A gente vai levando, se segura no que da pra manter a sanidade. Mas, não da pra saber exatamente os limites do real, aquela fronteira que define o infinito. A gente inventa, não quero continuar em nada pela segurança do alivio. O fracasso e a desilusão preenchem a alma de um pouco de vida. Desistir não é fácil, principalmente no meio de uma sociedade obcecada pela estabilidade e uma possível alegria. As pessoas merecem enlouquecer um pouco, se permitir mais, controlar um pouco menos. O controle cria uma ilusão enfadonha capaz de engolir as instabilidades inerentes a existência. Sem instabilidade o que é que nos resta? Hipocrisia e um cotidiano cheio de mentiras perversas. Nesse ponto o sexo se tora um refugio, a garantia de um gozo eterno, uma felicidade medíocre. Eu adoro trepar, mas e ai? A mulher mais gostosa e o homem barbudo criam em mim a segurança do alivio imediato, do desejo de ser desejada. Mas, e ai? Acordamos todos os dias pela possibilidade de um novo encontro, um novo começo. Mantemos as relações fracassadas pelo costume de se sentir amado, mas se sentir amado não garante o gozo eterno. Então, é nesse momento que experienciamos o paradigma da existência: a segurança do amor enfadonho ou a instabilidade de um amanhã incerto, repletos de não e de fracassos. A incerteza dói. Ninguém ensina na escola que  vida ultrapassa os livros, a carreira, a casa, os filhos. A vida é uma obra inacabada, o instante entre o sopro e a absorvição. Por mais que se fale de amor, e ele se torne o único objetivo que faça os dias valerem mais que as funções, não se sabe dele. O amor é aquele instante entre a vida e a morte, o espaço entre o tempo, o desconhecido que nos descontrola e nos emociona. O medo é o grande vilão, o amor é a lua de todas as madrugadas melancólicas onde o medo nos abandona. Sem medo tudo é possível, é daí que nasce a sensação da vida.

sábado, 22 de agosto de 2015

O amor é a coisa mais linda que me doeu.

E ainda dói.

Um sopro

A vida é completamente cheia de dúvidas. Incertezas. Inconstâncias. Levezas breves, intensidades curtas. O tempo corre e a gente nem percebe a hora, o minuto seguinte é maior que a espera, desistimos antes mesmo de recomeçar. O tempo perdido vale mais que o arrependimento. Dentro do peito uma bomba relógio efervescente crava o gosto pela vida. Meu nojo de mim, minha certeza de fracasso, meu medo de dizer não, corrompem... Mas eu não duvido de nada. A vida me risca inteira, os pedaços amassagados de restos. Preto e branco, quem disse que seria colorido?! A vida não é colorida, é preto e branco, as vezes ela fica colorida. Que coisa mais clichê, uma regra que desmente ela mesma. A vida é e ponto. Não tem vírgula, nem adjetivo, a vida só te sufoca de verbos e verbos e verbos e nomes próprios, indescentes, acrescidos de um sentido que não é o meu e nem o seu. É necessário uma pontada de tristeza pra compreender a fé. A vida nada mais é que o peito esmagado de rosas ao som de pontapés. Uma vida breve e leve, uma leveza pura e esmagadora.

domingo, 16 de agosto de 2015

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Minha mão quebrou

La vem aquela velha história, de novo, mais uma vez! A gente não esquece, né? Eu lembro porque nesse exato momento entrei naquilo que o Caio chama de ciclo seco. Um momento onde nada é muito interessante, a gente simplesmente vai indo. Coloquei o Cd da Maria Bethânia, aquela música linda "Carta de Amor". Depois de ler um texto da Clarice e outro do Caio eu pensei: porque? Não tive resposta. Essa coisa de resposta é raridade, a gente vive mesmo alimentando as perguntas. Minha casa cresceu junto com a conta bancária, perdi as incertezas. Não todas, mas aquelas bestas, românticas, idiotas. Saudade do tempo onde eu acreditava que. Cansei um pouco de. Nem beber tanto eu bebo mais. só faço um. Mais alucinada que nunca. Antes eu doía pra fora, agora dói pra dentro. Bem no fundo, em silêncio. Eu não importo, to confiando no futuro. Mesmo sabendo que isso é uma bobagem, mas a gente se engana, ta valendo. Nessa conturbação contemporânea ta valendo tudo, até se enganar. Vale fechar as portas, esconder os segredos, guardar as pertubações, ou então, a gente enlouquece. Acendo incenso, vela, colho uma arruda e um alecrim, coloco no altar, rezo um pouco, acendo uma Alice, um vinho, uma vontade. Me cachimbo quebrou, caiu porque minha mão andava fraca demais, foda-se. As coisas quebram e não nos interessamos mais por elas.

Simples

Saudade do tempo em que eu lia poesia. Pronto! Nada mais!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Por hoje

As vezes a gente desiste do amor pelo simples fato de não dar conta, do cansaço se tornar maior que tudo, e aquele simples desejo de futuro deixa de ser importante. A gente se acomoda ao presente, ele tem suas intensidades, mas o desejo guia tudo, então não da mais. Não da mais pra tentar, e não é por falta de amor, é pelo cansaço dele. O amor é o limite, a dor imensa e o prazer absoluto. Quando se ama demais aprende-se a viver no limite, ou a gente pira ou goza deliberadamente. Gozar deliberadamente tem suas dores, dores tão delicadas, elas arrancam pedaços, um monte de pedaços. Eu não gosto de falar de amor, é confuso, da medo, dói. Que merda. Que imensa merda dentro do peito. Flores coloridas e ventos frescos no peito. Isso! Eu só queria isso! Vento no peito! Meu coração ta apertado feito cara de maracujá azedo. Incerteza. Eu vou amar você em dia próximo é ridículo. Bateu, bateu!Não bateu, esquece! Mas deve-se dizer, mesmo em um dia próximo. Por que? Eu não quero deixar ninguém esperando. A verdade sempre aparece. Eu não tenho mais tempo a perder. Eu não tenho mais tempo.

sábado, 1 de agosto de 2015