sexta-feira, 29 de março de 2013

Depoimento 1 - não leia -

Sabe, de verdade... O tempo tem passado e eu não sei se tenho mais a mesma energia de antes. Antigamente existiam certas coisas que eu pensava que eram passageiras, mas elas ficaram... 

Elas permanecem....

Quando eu saí de casa, a dez anos atrás, achava que a falta da família e o vazio eram passageiros, mas não são. Ou aquele meu jeito de sempre me emocionar demais com todas as coisas, aquela mania de chorar antes de dormir, de não ver muito sentido no mundo, de ter insonias desesperadoras e chegar em casa bêbada de muito choro e vodka.... Não passa, é... Isso também não passa. Ou até mesmo aquela coisa enorme de injustiça social, de gente má, de solidão, de medo. Essas coisas não passaram, e acho que elas não vão passar nunca, no fundo no fundo essa sou eu de verdade. E tem também as partes ruins, não que essas sejam boas, mas as outras.... (rs). Minha insegurança é enorme, sempre vou me achar a mulher mais gorda e mais feia do mundo. Sempre vou olhar pro futuro e vou sentir um medo gigantesco de não conseguir, de não dar conta. Sempre vou ser egoísta quando se trata da entrega alheia, da história particular de cada um. Faz uns cinco anos que eu tive um namorado que hoje mora comigo, ele é meu amigo, eu sempre reclamava com ele dessas dores da vida, e mesmo depois de cinco anos, ainda reclamo. Os dias são como a dez anos atrás, os mesmos medos e as mesmas inseguranças. A mesma sensação de solidão corroendo essas noites acalentadas de muito cigarro e Amy. Esse mesmo cansaço no corpo, aquelas utopias que não deram certo, aqueles sonhos que perderam o sentido, aquela vida feliz que não existe e não vai existir absolutamente de jeito nenhum. Antigamente, quando esse tipo de estado emocional chegava, eu enfiava a cara na vodka, muitos cigarros e todas as drogas disponíveis .. Não que eu fosse pesada, não era isso, era só uma dor insuportável demais, doída demais. Hoje eu nem aguento tanta bebedeira e viradas de noites na rua, na esquina, na casa de um amigo, na praça... Hoje essas coisas perderam um pouco o sentido. Faço um chá e fumo um cigarro quieta aqui em casa. Coloco uma música, leio um pouco, choro na varanda e escrevo. É mais fácil, melhor e mais barato... (rs). Se eu fiquei mais leve? Acho que não...
 Fico pensando se desistir é a melhor coisa, mas é preciso continuar, de qualquer jeito, de qualquer maneira, é preciso seguir adiante. Perdendo noites, soluçando, amando, doendo, rindo, sofrendo.... É preciso continuar, se não?! Não faz sentido algum esses dez anos longe de casa....

A gente inventa esperanças, sonha acordada, esconde uma porrada de tristeza dentro de uma caixinha e tranca na última gaveta, do último degrau, da última escada que a gente inventou semana passada. 

É assim que tem que ser. De um jeito ou de outro sou eu, meus cacos, meus pedaços, minhas pequenas histórias....

Um pouco de fé, coragem e Elis Regina cantando "Estrada de Santos" no radinho da sala.

segunda-feira, 25 de março de 2013

sábado, 23 de março de 2013

Um canto

Minha vida era enorme. Dentro dela as paredes eram gigantes e os móveis eram vermelhos com detalhes azuis. Os tapetes eram amarelos, os quadros antigos e a cozinha transparente. Um cinzeiro pra cada visitante, uma cama confortável e 35 janelas. Um colchão e 7 almofadas em cada cômodo. Samambaias e um vaso de guiné. O altar tinha de tudo. Um espaço pra cada santo, uma oração pra cada crença. Terra, muita terra pra acalmar o espírito. Água corrente, pufes e gelatina de morango. Um pé de acerola e outro de jabuticaba. Roseiras e alecrim. Manjericão e acácia. Um baú pra solidão e outro pra saudade.

"essa casa tem quatro cantos, cada canto tem uma flor, nessa casa não entra maldade, nessa casa só entra o amor."

Louise

Um pouco mais de coragem e eu pulo.

Noite 2

Reclamo dor na espera de amor.

Noite

Eu confesso, tem apertado.
Tem doído todos os dias, uns menos e outros mais. Solidão que não passa, aquele aperto apertado fazendo bagunça no coração, cortando em pedaços um pouco do amor. Existindo em pequenas faltas, faltas diárias e silenciosas. Falta um sono compartilhado, um almoço depois do banho, um ócio de paixão no fim da tarde. Faltam verdades, carinho... Em toda perfeição mora uma dor, talvez seja isso.
Ainda espero...

sábado, 16 de março de 2013

Sobre-viventes

"O amor deixa marcas que não da pra apagar"

De tempos em tempos a gente perde, desiste e segue. Não deixa de doer um pouco, mas o coração reclama dor e o corpo pede calma.

Eu vou embora!

Saio com a certeza de carregar o melhor do que fomos juntos. A desistência machuca, mas por hora é uma dadiva. Uma coragem! Somos a lembrança daquilo que construímos um dia, precisamos abandonar o jogo e  seguir adiante....


segunda-feira, 4 de março de 2013

Construções desconstruídas e construídas outra vez



Me desmanchei um pouco.
Na simplicidade de cada dia vou silenciando sensações.
Por dentro guardo no cofre as feridas.
Refaço os panos, os cantos, os canos.
Desisto das infiltrações e deixo.
Úmido.
Mofo.
Um pouco de vida e um pouco de sol.
Begônias....
Trepadeiras...
Cogumelos....
Depois de tanta fraqueza a gente nem percebe que é forte. Só depois que olha pra dentro e descobre os mofos, rachaduras, trepadeiras, begônias, águas, mares, lembranças, ruínas, buracos.... Tudo fazendo sentido, tudo começando outra vez.
Se vale? não sei! Mas amo.

sábado, 2 de março de 2013

Por Deus

Não sei muito do amor, nunca soube. Amei tanto aos 23 que aos 24 perdi o chão. Aos 25 descobri a simplicidade sincera... Aos 26 comecei a amar de amor. É a coisa mais linda que me aconteceu. Não sei do amanhã, não sei do depois, não sei se amanheço. Que Deus me perdoe, mas só quero se for por amor.

P.s obrigada, de. Obrigada!!!!

Pra ela, amor de sempre

De tempos em tempos ela descobria novas coisas.
...foi assim que descobriu que amor nasce todos os dias, mesmo que morra um pouco pela manhã.
Dormiu amando.