quarta-feira, 28 de março de 2018

Para Aurora:

Filha, quando foi que seis cílios cresceram tanto?! Eles eram minúsculos. Hoje quando você mama e fica me olhando nos olhos eu me emociono com o tamanho dos seus cílios. Você me olha tão profundamente, meu coração só deseja amar. Quando foi que cê aprendeu a olhar tão fundo?! Seus olhos são doces, eles me arrepiam. Quando foi q cê aprendeu a segurar meu dedo enquanto não larga o bico do meu seio?! Seus dedinhos dançam sobre os meus, é incrível, a vontade que dá é de parar ali. De uns tempos pra cá você acorda com esse sorriso lindo, dando gargalhadas no berço... Será que cê sonha com coisas maravilhosas?!

Filha, desculpa a falta de paciência quando a mamãe fica sem dormir, desculpa o medo nos meus olhos quando fico apreensiva com o futuro. Me perdoa pelos dias mais tristes, mas é que tem horas que a vida aperta.

Filha, obrigada por ter vindo assim, tão linda, calma, serena. Obrigada por me dar dias tão lindos e felizes. Obrigada por ser doce e por me fazer mais doce.

Seus cílios cresceram tanto, filha. Meu amor também!

sábado, 24 de março de 2018

Sente-se uma tristeza.
Permanecemos horas em silêncio, os planos não são muitos. Tem um presente que nos consome. Não dá pra saber ao certo o que será.

Tem uma paz doce nos meus olhos, uma certa melancolia também, tenho certeza que foi ela.

Agradeço.

Minha filha tem olhos pequenos e gentis. A sobrevivência me tira um pouco a beleza diária, penso demais.

Tem um sopro no meu peito.

Deixo espaços em branco, nesse momento minha mente me escapa.



Permaneço em cansaço permanente.
O amor dói as beiradas, alarga os espaços vazios e coloca doçuras ao redor. O cotidiano é amargo, seco, duro.