domingo, 24 de dezembro de 2017

Solidão da maternidade

Eu disse muitas vezes aqui sobre a solidão, sobra uma vaga ideia que eu tinha do que era estar sem a família por perto, sobre uma certa dor de se deparar com o escuro. Depois que eu fiquei grávida a solidão tomou proporções ainda maiores. O engraçado é que agora eu tenho uma filha, mas a solidão é a mais alastradora de todas. Nossos interesses mudam, nossos afetos, nosso foco na vida. A montanha russa é tão intensa que não dá pra compartilhar com ninguém esse turbilhão de medo, ansiedade, insegurança... E por aí vai!
Eu não tinha ideia do que era isso! Nunca senti tanto medo na vida, tanta solidão! Aperta. Desgasta. Desfaz as certezas. Eu não tinha a mínima ideia do que era ter um filho, e acho que ninguém tem, até tê-lo. E olha que Aurora ainda tá no ventre, nutrindo meu corpo de uma presença constante e abstrata. Mas ainda é abstrato demais.  Não se fala muito sobre as dores da maternidade, caralho... Meu corpo é desconhecido pra mim, e isso muda tudo. Minha barriga imensa não me deixa dormir, os pensamentos não param, a insônia ataca as 3, a flacidez aumenta, o tamanho, as roupas não servem,  a culpa depois de um cigarro escondido ou um copo de vinho é avassaladora. Todo mundo diz que não estou mais sozinha, é engraçado.... Porque a sensação é o oposto disso.
Espero minha filha com a ansiedade de quem cria, sem saber se vai dar certo, mas amando e odiando o furacão. O amor é uma coisa absurdamente maluca.  Esse amor que eu to vendo nascer me faz inchar as pernas, me dói os ossos e preenche o peito de uma coisa sem nome. Não existem regras pra existir, mas eu concordo com a Estamira, somente as mães são pares, e o que nos une é a solidão da maternidade e o desconhecido da criação.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Por tudo que nao se diz

Existe uma fissura e uma dor no meio do limbo. É necessário nos responsabilizamos pela quantidade de afeto que permitimos aos encontros. Sinto falta de dividir as angustias da gestação. Mas eu permiti demais, não sei se isso me cabe. Sempre gostei de fugir por algumas horas, me dava um alívio.

Filha, você tem mexido tanto, tem sido tão emocionante e tão assustador.  Eu tenho tanto medo. Eu tenho tanta vontade.

Os homens deviam aprender a ouvir mais, uma sensibilidade maior no silêncio, mas eles não conseguem, ou não quererem, ou não dão conta... Não sei.

Tenho pânico da vida as vezes, o útero pesado tem afundado meus pés na terra, chego a sentir alívio, mas é tudo segredo.

Tenho tido muitas dores, nos ombros e nas costas.  

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sete meses

É dolorido. É solitário. É lindo, é assustador. É um furacão de medo, um vulcão de sensações bizarras e inéditas. Os homens não sabem o que é isso, nunca saberam.
Eles não tem ideia da dor, muito menos do medo e da solidão.
Aurora, a vida é um susto, o que vale a pena são os segundos onde a gente se sente inteiro. Onde o amor transborda sem saber pra onde!

Te amo, filha!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Homens!

Pais, uma decepção constante!
Sim, as mães assumiram toda a culpa!
O patriarcado permanece, insistentemente!

sábado, 2 de setembro de 2017

Madrugada

É solitário demais, em todos os sentidos. Não é fácil ser mulher, a gente que carrega a cria. Dói mesmo, de todos os jeitos possíveis, a gente se apega a bobagens. Filha, homem nenhum vale a pena, pra nada, eles são meio sem graça demais, burros, pouco complexos. As vezes perde a graça e o tesão vai junto. Era bom passar a madrugada acordada bebendo no buteco, depois que a gente engravida isso não acontece mais, vem o sono, e a preguiça. A grande aventura é sentir esse peixe nadando dentro docê, é a pira de um serzinho que só cresce porque você tá viva, que só come porque você comeu. Fornecer uma.parcela de vida pra uma pessoinha que você nem conhece, essa tem sido minha aventura noturna.... E diária também. É assustador!!!!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Incertezas do amanhecer

Perdi uns pedaços na estrada, depois eu perdi uns caminhos. As vezes o chão quente, o sol no alto da cabeça ou até mesmo aquele silêncio de caminho deserto, me faz lembrar a solidão necessária da vida. Meus pés escorregam diante de certezas, minha liberdade densa, meus olhos chamuscados de incompletude. Ainda carrego desejo, aquele bobo, forte e intenso desejo de seguir, apesar de. Hoje desistir é matar suas vidas, e isso não me cabe mais. Talvez minha filha saiba desde cedo o medo que sinto da existência, das pessoas, dos amigos que não ficam e mesmo assim permanecem. É preciso coragem, filha. Muita coragem e muita força de vontade pra sustentar a injustiça do mundo. Fé e força, Aurora.
Meu peito amanheceu apertado, cheio de dor e dúvida.

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Conversas de Zap

Ahhhhhhhh Byrim, as vezes feliz, as vezes triste. Tem horas q fico morrendo de medo, preocupada com uma porrada de coisa. Meu corpo mudando muito rápido, a barriga crescendo, a cabeça distraída, os sentimentos se confundem..... As vezes choro muito e fico pensando como será essa vida que não conheço, as vezes fico feliz pelo simples fato de escutar o coraçãozinho dela, é uma loucura é uma onda é tudo junto.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Aurora

Eu escrevo nesse blog desde quando? Aqui eles marcam 2010, mas antes teve aquele ( http://souumhomemdepaixoes.zip.net/ ) esse é de 2008. Quase dez anos, sofro a nostalgia do tempo, talvez pela gravidez (acho que é primeira vez que falo assim), talvez por essa sensação de não saber mais quem eu sou, mas acho que as duas.

Essa é a primeira postagem:

Escrevo pra colocar pra fora esse monstro obstruido de tanta merda, essa porra que me sufoca e me deixa completamente nervosa, a flor da pele, quero rasgar minha carne, deixar no sangue um sangue vermelho pulsante....Cansei de estragar tudo, cansei de ser essa merda podre, essa porcaria vencida....CANSEI!

Me deixa aqui sozinha....com minhas lágrimas pesadas, carregando o peso de ser asfalto.

 Logo abaixo, "Sou um homem de paixões", tatuei isso no pé uns anos depois. Acho que em Aiuruoca eu senti que o tempo estava passando, e que eu precisava de um pouco mais de Lua Cheia. Eu vejo ela da minha porta, enorme, imensa, linda. A Lua enlouquece, mas enlouquece para dentro, de um jeito que se faz até gozar na loucura, ma se faz doer também, assim.... como um contra-peso. A minha filha é a Deusa da manhã, Aurora. A lua é sua irmã. Seja bem-vinda, filha! Te espero de braços abertos, vou te amar do jeito que aprendi a amar as coisas, rodando na xícara gigante do parque de diversões. Vamos viver essa aventura da vida juntas, o amor ameniza as dores, ele faz valer. Acho que eu deixei de ser asfalto, to mais pra vento. A culpa não é minha, nem sei se tem culpa, meus pais se distraíram ou talvez mudaram o foco, não sei. Meu pai hoje é um fascista, antigamente ele gostava de Raul, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Hoje meu pai acredita em Deus e é Bolsonaro 2018. Minha filha, você vai aprender que as pessoas se transformam, as vezes é bom, as vezes não. Talvez eu me torne uma mulher insuportável, me perdoe, estarei tentando. Mas não deixe de se revoltar comigo, não acate todas as minhas vontades, e não viva a frustração dos meus desejos. Torço pra que você viva o seu mais íntimo amor, eu fiz isso a vida toda e mesmo no meio do caos é o melhor dos lugares, é uma certa paz, uma paz dos inquietos. 

Eu nem sei por que escrevo.... mas eu sinto alguma coisa.


domingo, 6 de agosto de 2017

15 semanas

Suspenderam meus pés. Me tiraram o chão. Os hormônios, falam deles, como se tudo se resumisse a uma culpa absurda do corpo que entristece. O problema é não saber mais quem eu sou. Minha paralisia muda tudo, as coisas ruins não importam, as boas também. Só existe sobre minha cabeça uma suspensão, um buraco negro, um silêncio ... Três pontos.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Aurora

É. Eu não sei o que é ser mãe. Não tenho a mínima ideia. Não sei mesmo. É tudo abstrato demais ainda. Só fica o medo transbordando e essa angústia de não saber se foi a decisão certa. Mas no fundo tem esse pedaço dá barriga que fica quente, essa pressão no ventre que me faz lembrar que eu vou aprender a ser uma pessoa nova. Só isso.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

67 dias

Os dias não correm mais sem a sensação desse amor. Em todos os momentos eu penso se é possível dar conta do mundo, e se junto dele um jeito de contá-lo. Pois pensar na vida é um jeito novo de contar sobre o mundo. Quero poder te dizer sobre tudo, mesmo não sabendo absolutamente nada, mas quero poder te dizer sobre o nada, sobre o que eu não sei, sobre esse tanto de coisa que podemos inventar os nomes.
Te desejo boa noite em silêncio, faço carinho na ponta dos dedos e imagino você me olhando.
Minhas dores diminuíram de tamanho, não sei explicar, ce me da esperança, desejo calmaria e respiração lenta. Aurora, Inácio, Florbela, Celina, não sei ao certo, mas que a coisa brilha e faz rir dormindo, ahhhhh isso sempre faz!



domingo, 4 de junho de 2017

Essa coisa que começa a crescer deixa o coração morrendo de medo e de amor.

domingo, 30 de abril de 2017

Mal criada!

Talvez eu tenha estado mais triste, mais triste que o normal. Agora da pra perceber as consequências do Golpe de estado, e elas são terríveis. As pessoas se desmoronam por dentro, ninguém me disse que seria assim. A vontade é de permanecer em silêncio. Mas ai vem aquela sensação de não conseguir lutar, e ela é alastradora, derrete os fios, tira fé do sujeito. O Belchior morreu hoje, é... sou apenas uma moça latino americana, sem dinheiro no bolso e... O Belchior morreu hoje. Depois de um tempo a gente passa a dar importância pra outras coisas, hoje em dia eu me interesso mais pela própria experiência, seus relatos me deixam cansada. Somos como nossos pais, esperamos uma certa mudança, uma certa fé na vida, uma crença no impossível. De uns tempos pra cá eu aprendi que o impossível acontece, assim, na nossa cara, enquanto a gente sofre a decepção de não conseguir fazer nada. As coisas acontecem, ninguém me disse isso também, e elas acontecem independente da nossa vontade ou desejo. O Brasil é um país sugado até os ossos. As pessoas vivem de forma miserável, de uns tempos pra cá ficou normal certas atrocidades, e a gente se iludiu tanto com a televisão, uma pena. Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro, é.... eu também! Todas as formas de arte cabíveis ao sistema faz o povo de espectros, logo depois vem a TV e padroniza os espectros, eles aceitam, e as pessoas seguem reproduzindo os espectros, é decepcionante ser artista nesses tempos. A Acadêmia não desobedece e não ensina o contrário, o investimento é padronizado, os artistas "independentes" são viciados em likes, selfs e flashs. Os dependentes ainda morrem de cirrose, enterrados nas valas reservadas as atrizes, prostitutas, ateus e nômades. Perdemos o rumo. Perdemos alguma coisa e seguimos feito cegos em tiroteio, esquecemos de desobedecer.


...Amar e mudar as coisas me interessa mais.

terça-feira, 18 de abril de 2017

Não podemos nos oprimir, são eles os opressores, a gente precisa se unir.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Tardes...

Tenho andado bem cansada de tudo. Tem vez que a vida desmorona, aí fica difícil manter o tesão, o desejo, a paixão. A falta de grana desestimulo um tanto, mas também tem a vida e a falta de sentido que as coisas ganham. 
Essa sociedade é vazia de sentindo
É vazia de relações.
Cada dia isso dói em lugares cada vez mais desconhecidos. A gente nem sabe. O pior é que no fundo a gente sabe, só que não dá conta.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Aquele velho cão de lágrimas

Minha cabeça tá um caos, e eu nem consigo explicar. Sinto que estão explodindo o Brasil por dentro, desmanchando o brilho no olho. O golpe está sendo dado lentamente em cada pessoa que, durante um tempo, se iludiu. Vivemos como nossos pais, já dizia Belchior. Quais são os planos? Construir cadeias e aumentar a produção. Na novela o padrão besta de uma classe que não existe, ou se existe está lá mesmo, dentro da televisão, dá mídia, dos olofotes. Pois esses são a minoria. A maioria escorre desesperança e transpira embaixo do sol quente. Mas é necessário um mínimo de fé, mais uma vez, em alguma coisa, não importa o que. Sábio Caio Fernando! Ciclo seco! Eu desejo só um pouco mais de sorriso no rosto, e respeito, respeito pelos desejos que não são rentáveis.

sábado, 18 de março de 2017

Revolução feminina

Os homens me cansam, junto desse amor romântico que as vezes me parece absurdo, pelo simples fato de não se ver ao redor. Os homens não sabem de sutilezas, muito.menos de sensibilidade feminina. Isso me cansa. Mas aí me aparece Carlitos que cumpre todos os requisitos do hétero, porém, ele segue na tentativa de sei lá o que. Não paro de me lembrar, anos atrás, quando namorei um homem, hétero, vivi a pior das experiências. Mas, teimosa como sou, não deixo de. " Não sei como.explicar... Sou dessas, sujeita a jogar as fichas todas de.uma vez sem temer naufragar". Pode ser que não tenha sentido no final, mas porque não nos reinventar.......

Besta.
Demodê.

Ridícula.

Me mantenho sempre acordada, na esperança tola de que ele sinta, mesmo sabendo que não.

Ahhhhhhhh tão Clichê
Tão independentemente frágil.
Sou a pior das acácias
Sou a pior das falácias, das galáxias.
Não tenho sentido, nada.

As mulheres são revolucionárias.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Inconclusivo

Eu gosto de ficar bêbada. Eu gosto de enlouquecer. Eu sempre gosto de uma trepada boa e  um cigarro depois. Eu gosto de sacanagem, de beijo na boca, de poder ser livre, viajar e fazer as coisas inusitadas dá vida. Eu gosto da minha solidão, dos meus livros das minhas noites gastas em cigarros e outras cositas mais....
Pero, me gusta los ninos, Ayer quería ser madre y yo pensaba que iba a ser. Hay deseos y dolor inexplicable...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Um dia de ataque

As vezes eu tenho medo que batam em mim. Eu tenho medo de me descontrolar e voltar a fazer aquelas coisas ruins de antigamente. Eu tenho medo de não dar conta, de perder o controle, de perder o rumo. Tenho medo que alguém me corte, ou que me estuprem, ou que me batam com pedaços de madeira. Parece absurdo, mas só consigo pensar nisso. Então eu começo a tremer, choro feito um bebezinho idiota. Eu sei que preciso respirar e tentar manter a calma, mas as vezes eu não consigo. Tenho medo do que as pessoas são capazes de fazer. As pessoas são duras e cruéis. Meus músculos doem.... Inesperadamente e constantemente. As vezes me cansa, não consigo dormir...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Promessa:

Eu me recuso.

Defendendo o inesperado

Chegou o dia, quem diria, tão rápido e tão perto... passa um filme na minha cabeça. Cheguei em Bh em 2003, verão e eu de cachecol. Hoje vivo pelada, cheia de fumaça nos pulmões e esperança no coração. Nunca me imaginei professora, muito menos acadêmica. E hoje eu to feliz com as conquistas da vida, com as surpresas cotidianas. Tô feliz com as destrezas inesperadas do tempo. Jamais vou esquecer do Pedra parando a van, dos porres na praça, dos ensaios na varanda, das risadas na casa da Fernanda, do caipira, da chapolin, das casinhas que vivi e dos cigarros que fumei. Meus afetos exagerados, minhas insônias de fim de noite, minhas intensidades amorosas e as tropeços que me fizeram mais forte. Esse ciclo que começa vem recheado de desejos e utopias.... no meio de um golpe e de uma política hostil e truculenta, o que nos resta é espalhar pequenas doses de amor. Sim, eu ainda acredito no amor, na capacidade de amar e ser amado, na revolução que o amor provoca no corpo e nos corpos. Com o copo cheio de montilla e a mão fedendo a cigarro caminho no meio de amores, plantas e livros, o teatro é sagrado pra mim, ainda é ele o motivo de todas as minhas manhãs. Essa nova etapa da vida vem cheia de segredos que despertam vontades. Quero só continuar na leveza de um bom beck e na força de uma incrível esperança nos encontros e na utopia do tempo. Meu corpo fez 30 anos, minha casa tem um pitanga e minha filha me lambe quando eu durmo chorando. Não tenho mais medo de ficar sozinha, não tenho mais medo da solidão, aprendi que com a gente se tocando por dentro a vida é mais leve e o doce amargo tempera o desejo. Que minha defesa seja o resultado da sorte que tive na vida, das descobertas que BH me trouxe, daqui pra frente só a Deusa é quem sabe!!!!!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Para: Macaca, denise

Bem, eu tenho trabalhado muito e nos últimos dias tenho ficado ansiosa com a aproximação da defesa. Acho que meu ano tá terminando agora, junto com o começo de um novo ciclo que os trintas botou na sola do meu pé. Cê faz falta, Denise. E cê faz falta de um jeito que dói o coração. Sinto falta da minha amiga! Nosso relacionamento terminou muito antes do fim, e acho que a gente só continuou porque (a gente nem sabia) nosso amor era maior que qualquer outra bobagem. Todas as coisas se tornavam bobagens diante de uma vida-toda. Mas aí veio um furacão e derrubou tudo. Só que até aí a gente foi mais forte. Lealdade! Família! Amor! Amiga! Essas palavras faziam todo sentido do mundo. Mas faz tempo que eu não te vejo. Sim, você aparece com seus bons dias e suas visitas sempre às pressas. Sim, você me salva quando as coisas chatas da vida me desesperam. Ahhhhhhhh, mas eu te quero para as coisas não chatas também, te quero para perder horas andando na praça, te quero pra chorar a calmaria que não me cabe, te quero pra falar de teatro, pra ver teatro, pra fazer teatro, te quero pra dividir as alegrias do meu novo amor, te quero pra falar inutilidades, pra comer pão com queijo e beber Fanta uva no final. Ce me conhece, Denise! Eu não sei ser pela metade. Olha, não deixa nada nem ninguém controlar seus desejos, nem sempre subir horas e horas e horas pra apanhar uma caixa que você nem sabe o que tem dentro, vale a pena. As vezes vale.... Mas a gente só não pode tapar os olhos e Subir os degraus no escuro. Machuca. Corta. Fere. Sangra. Dói. E fica cicatriz.

Eu te amo e desejo seu maior e mais pleno sentimento de paz e vontades de quereres de luz. A vida é breve demais pra gente perder tempo não sendo. Ninguém merece nosso auto-desafeto. Nossa auto-distruiçao. O amor pode ser bem leve e livre, aprendo isso com Carlitos todos os dias. Não queira aquilo que não te faz bem, a não ser que isso te mova para algo inesperado. Te desejo explosões desejosas de coisas incríveis e assustadoramente inexplicáveis e brilhantes.

Escuros também são bem vindos, mas eles precisam de paz e silêncio. Fique bem e quando quiser voltar à amizade daquele amor incrível, estarei aqui! 🌹

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um fato

O que os sóbrios não querem assumir é que gozar com afeto muda tudo.

Ligada num futuro blue

Eu falei tanto sobre os meus 30anos, e eles chegaram. Depressa e com força, mas dessas forças intensas que deixam a gente sem saber onde por os pés. Chegou tudo junto, a decepção com o pai, a reconciliação com a mãe, o golpe, o mestrado, as certezas políticas, a falta de jeito pra dormir, os Kilos a menos, o respeito com a própria história, com o próprio corpo, com os próprios desejos, o vínculo com a Frida, com as plantas, com a lua, com a menstruação, chegou também a certeza de ter escolhido os amigos certos, o corte de cabelo, as tatuagens, as cicatrizes, vieram também os respiros, os chás, os livros, as dores nas vistas, os calos nos pés, a espiritualidade vibrante, o sexo com gozo, os orgasmos múltiplos, o amor... Eu nem sabia que amor podia ser desse jeito, nessa calmaria e tesão. São quase meia noite e eu tenho mais de mil perguntas sem respostas, eu tenho mais de muros, eu tenho mais de 20 anos...

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher

Eu sou fraca. fraca demais pra aguentar as pressões da vida. Eu nem sei onde estão os pontos de segurança. Onde é que a gente se segura? qual é o local onde as coisas se tornam mais certezas que insegurança? A gente até tenta ser artista, mas tem uma coisa que, atualmente, consome as energias. Deve ser o inferno astral. Clariciana na quarta e balzaquiana na quinta. No fundo no fundo eu to morrendo de medo. A vida é um rastro de acontecimentos doloridos e inesperados. Eu bebo pra aliviar o medo do futuro, mesmo me arrastando nessas noções Agambenianas de presente infinito, de profanações diárias, de um testemunho impossível... sobrevivi. Cheguei aos trinta! Plagiando Mia Couto, mulata de raças e de existências. Minha vida me importa, mas aquela coisa que não sei o nome  passou a ter mais valor que o amor, quem diria. No braço esquerdo, "ame", no braço  direito, "eu me recuso". Essas são minhas contradições. Sabe a música do Caetano, uma tigresa... com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher. Que tem ódio no coração, que tem dado muito amor. Tão eu! Vez ou outra tenho ódio dos meus pais, depois passa, mas tem vez que dói até o osso, hoje foi desses dias.... de ódio até os ossos. Tenho vontade de dizer para o meu pai que sou dona das divinas tetas! Que sou uma vaca profana desde que nasci e que ele me causa náuseas. Pai, onde queres dinheiro sou paixão!!!!! Minha família ainda é o que de mais podre e sublime carrego na alma. De sublime só a bruta flor que me fizeram ter. De quereres eu desejo o  clã, o carlitos, a frida, todos os tchapas, a casinha e até mesmo as samambaias na varanda. Desejo pra 2017 muitos livros, horas e horas gastas na mesa de estudos, na cama, na praça de mãos dadas, na favela, na varanda, na tranquilidade das minhas maconhas e no silêncios das minhas digressões. Desejo Chopin, Nocturne op.9 n.2!Clair de lune. Spring Waltz. Sempre quis aprender piano, mas a vida não deixou. Quando pedi um teclado pra minha mãe, ela me disse que era inútil, me deu um walkman. Depois eu sai de casa, aí as prioridades eram outras. Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Mas no meio do caos eu conheci Carlitos, e ele me deu a esperança que faltava na desesperança cotidiana da falta de sentido. Ele é o respiro entre as descargas elétricas da vida. Nunca imaginei que um homem hétero poderia me fazer tão bem. A Doyonne Queiroz rejeita os héteros, mas ama Carlitos. Vou mudar de nome no cartório. Doyonne não tem sexo, não tem família e muito menos expectativas. É, jamais imaginei que me envolveria com outro homem. Eles são asquerosos e insuportáveis. Complete necturnes. Mas Carlitos respeita minhas confusões. Meu estado independente. Meu cigarro no canto da boca. Minha vagina dolorida, meu sexo cheio de traumas e esse jeito livre de querer sempre algo mais.
Sou viciada em excessos..... Nina me mostrou isso naquele livro de artista, e disse que era tão eu. É.... ela é guardiã dos meus segredos, das dores inexplicáveis, dos abcessos sem sentido.

Eu conheço Carlito a menos de meses, e ele já me fez ouvir " A banda mais bonita da cidade"..... outra vez, mais uma vez e outra vez.

https://www.youtube.com/watch?v=_bT8r5Kgwks

Nunca diga não pra mim!

Acho que aquela coisa que não sei o nome tem cheiro de silêncio e calmaria.