domingo, 27 de março de 2011

FORÇA

Você não sabe um 1/3, 1/5, 1/10 do que se passa comigo. E eu nem quero que saiba. Vou continuar pitando e escondendo de quem não entende. Não te peço que compreenda tudo. Você só precisa entender que as melhor coisas são as piores, e que são delas que descem os anjos. Nossos anjos de asas quebradas e furadas, feridas, arrastadas. Não me importa. Amor, palavra que liberta. Ame e tenha todo tesão do mundo. E coma, coma, coma. Em coma. Meus pedaços se esfacelam, e em um instante tudo se recompõe. Tudo se encaixa perfeitamente na minha melancolia necessária. Extremamente necessária. Sou necessária pra mim do jeito que sou. Me necessito. Tenho toda força e fraqueza enfiadas no mesmo buraco. Preciso continuar, e eu sei disso. Preciso continuar pra respirar o amor. Esse amor que não tem a quem, um amor que não tem o que, é simplesmente um amor embrulhado de tesão que existe. Existe, existimos!Nós existimos.... existiremos então com FORÇA. EXISTIMOS com força. Com FORÇA somos.

domingo, 20 de março de 2011

Não sei o título

Eu odeio tudo. Eu odeio a vida e essa dependência fudida que tenho das pessoas. Essa carência imbecil de não conseguir ficar sozinha. Essa dor rasgada no peito. Eu odeio tudo. Odeio essa impotência. Odeio o amor,. Odeio essa ansiedade que tanto me faz mal. Odeio meus pais, odeio meu namorado que não entende uma vírgula do que se passa comigo. Odeio minha família que some, odeio minha faculdade, odeio existir nesse mundo de merda, nessa vida de merda, nessa porcaria de existencialismo sem sentido nenhum. Nenhum!
Dói tanto, se você sentisse um pingo da dor que eu sinto entenderia o que eu falo. Mas não adianta, não adianta nada.... é tudo uma mentira e um jogo do qual eu não sei fazer parte. Eu sou tão insatisfeita com tudo, imensamente insatisfeita. Eu sinceramente não sei porque tanta teimosia em continuar vivendo, juro que não. Me explica?
Tenho raiva do mundo e todas essas pessoas tão incessantemente superficiais, incessantemente poucas, incessantemente frias. Eu queria sair e dar a bunda para o primeiro que aparecesse. Banalizar meu corpo que até então pensei como sendo sagrado. Banalizar o sexo. Transar simplesmente, porque não? Chega de tanto romantismo imbecil e fora de moda. Vou me fuder lindamente. Transar com todos os bêbados do viaduto. Dar a buceta para os mendigos sujos. Eu não acredito em mais nada. Cansei!Cansei de receber essas putas facadas de quem eu amo. Tô fumando que nem uma cadela, e preciso beber todos os dias. Vou começar a cheirar cocaína como se bebe água. Quero apodrecer, enlouquecer, quero parar no hospício pedindo a Deus que me dê alguma esperança, eu tô no limite. No limite da angústia e da falta de fé. Tô no limite da vida. Essa porra de sensibilidade infantil.... serve pra quê? Só pra me doer tanto. Porque eu sinto, sempre disse isso mas ninguém nunca levou tão a sério. E é verdade, sinto tudo, de uma forma tão escrota e intensa que parece que cada pessoa que passa por mim é um braço que me bate na cara. Olhando no olho eu sei. Desde de muito nova eu sabia das loucuras da minha mãe. Da solidão do meu pai. Eu sabia que minha avó não tava bem, aquela casa, aquelas roupas. Eu sabia das mentiras da minha turma. Eu sabia das mentiras do meu primeiro namorado. Eu sabia tanto e com tanta intensidade que eu me mentia, fugia, corria. Eu nunca quis saber, nunca pedi pra saber de nada. Por isso eu não acredito mais em nada, porque tudo que eu sei é tudo que as pessoas escondem. E elas escodem tudo, suas piores dores e suas piores fraquezas, suas piores mentiras....
Meu peito dói.
Eu amo fazer teatro. Eu amo tanto que é a única coisa na qual acredito. Uma mentira sincera e intensa. Talvez seja a única coisa que eu ame de verdade. Todo mundo deve me achar meio maluca. Foda-se!quando eu tô em cena eu posso ser de verdade, eu posso deixar minha intensidade fluir. Eu posso deixar meu amor sair pelas têmporas. Eu sinto cada centímetro do meu corpo. Eu posso ser qualquer coisa que eu não entendo.
Meu estomago dói!
Eu não posso casar, eu não posso ter filhos. Porque eu simplesmente não acredito na família.
A família é falsa, porque todos fingem ser aquilo que eles acreditam como salvação, ou como aceitação.
O mundo ta podre, ta sujo, errado.
Fica bem!fica bem... fica bem?fica bem como?isso basta?não basta porra nenhuma. Todo mundo enquadrado e enjaulado nas suas vidinhas medíocres e enfadonhas. Todo mundo preso na falsidade. Eu não aguento!!!!!!!!Eu não aguento porque eu sei.
Sabe de uma coisa... eu nunca vou estar satisfeita!Nunca!talvez eu só me satisfaça quando por um milimetro de tempo eu encontrar a verdade. O que é raro. E talvez por isso, e só por isso eu ainda continue. Pra encontrar pequenas verdades, pequenos instantes, pequenos momentos. Sou como uma garimpeira....
Minha verdadeira cara cria inimigos e antipatias.
Me construo de algo bonitinho e limpo para uma simples aceitação social. Eu sou um bicho, um animal. Todos somos. Por isso eu preciso aprender a fazer sexo por tesão!Esvaziar o saco...é isso!aprender a esvaziar o saco silenciosamente e cheia de canalhice.
Eu vou fazer sexo sem me importar em estar sendo estuprada por mim no dia seguinte. Sem me importar se no outro dia minha pele vai estar suja, sem me importar se alguém do lado vai ficar dolorido com isso. Eu vou aprender a mentir muito no amor.
Vou aprender a me importar pouco, a sentir menos, a não lembrar. Vou aprender a ser humana no século XXI.
Eu escrevo porque é a única coisa que me sobra.
Desculpa, mas eu sinto uma dor tão imensa que não me cabe. Por isso eu preciso cuspir. Some!
Eu sou extremamente sincera com minhas impulsividades. Não sou racional, somente no trabalho. Nas minhas relações humanas eu sou intensa demais. Nem todo mundo aguenta. Eu sei... eu sei... eu sei....
Se eu for embora não se assuste. Entenda como.... uma tentativa.
Talvez se salvar signifique não existir (eu tenho medo de escrever “A Morte”). Eu ainda sinto medo. Sinto medo de muitas coisas que não me são. Tenho medo dessa mentira encrustada. A peste!
Eu queria sentir dores diferentes. Dores mais “físicas”.Me ensina a tirar o olho?Samuca...tô pensando em você!eu te amo!De todos desse mundo eu acho que você dói como eu!Cuspindo ódio e bebendo álcool pra salvar a dor.
O quê é que a gente faz em uma situação simples como essa?Eu tirei um pedaço do braço esquerdo!Sempre que eu ver esse buraco vazio eu vou lembrar que doeu, mas que a falta é maior que essa dor da tesoura cortando. Vou saber também que o furo é mais intenso que o corte. O furo atravessa camadas, o corte é superficial.
Você é pouco pra mim.

sexta-feira, 18 de março de 2011

E agora meu querido mundinho?

Eu preciso falar, eu preciso falar porque eu preciso me ouvir. Tem tanta coisa que eu não compreendo. Minha vida foi sempre feita de uma extrema intensidade. E nos últimos meses talvez eu tenha me perdido um pouco, hibernado. Mas eu tô voltando, e sinto esse animal feroz dentro de mim pedindo comida. Não gosto de nada pela metade, não gosto de nada que é pouco, de nada que é morno. Por um tempo eu me contentei com certa passividade esquizoide. Mas como as estações essa fase ta mudando. Eu tô voltando mundo, e tô voltando pra tomar porres homéricos, pra curtir com sua cara imunda e irônica. Foda-se o que me aconteça, eu só sei que não quero simplesmente passar pelo pelo mundo, eu quero viver o mundo, eu quero comê-lo com as unhas, com a cara, com a buceta, com a alma. Eu quero comer o pior que tudo me oferece, comer o melhor de cada ser humano imundo. Comer a beleza escondida, e procurar procurar procurar, até encontrar aqueles instantes que tanto me perseguiam e que por um tempo me abandonaram. Você que não sabe o que tristeza, que não sabe o que é enlouquecer por paixão, que não sabe o que é querer a morte porque o mundo não tem sentido.... não sabe o que ta perdendo. Tem buracos fundos, vômitos nos cômodos, rabiscos obscenos nas paredes. Mas tem também momentos tão brilhantes, momentos tão intensos, momentos tão sublimes.... Já me afundei muito, tomei ácido, fumei maconha, haxixe, cheirei cocaína, tomei cachaça até cair de cara na esquina da minha casa, e isso foi lindo, maravilhoso, esplêndido. Faria tudo de novo, faria tudo mil vezes. Não quero a superficialidade, e quando não se quer a superficialidade a vida dói, aperta, machuca. Para isso são necessários alguns anestésicos... e eu sei de vários, como vários todos os dias. Às vezes eu rezo. Chorando e fumando um cigarro eu peço a Deus que me ajude a suportar tudo, que me ajude a suportar esse nó na garganta, essa vontade de pular, esse medo do amargo na alma. E ele me dá, alguma coisa me dá.... sei lá de onde eu tiro forças do cú, e continuo por um dia ou dois, depois caio de novo, ai eu rezo.... e assim vou me mantendo, continuando, vivendo. Mas vivendo mesmo!Eu vou continuar dando tapas na sua cara, vou continuar chutando seus sinais, vou continuar entrando, abrindo as portas... afundando. E não me interessa o final, eu só quero saber de agora meu querido Mundo. Eu só quero saber de agora....

quarta-feira, 16 de março de 2011

Indo

Tô cheia de nós
Dores
Calafrios
Tô vendo ir embora
Tô vendo a perda
Tô vendo a distância
Tô vendo a dor, o medo e o frio
Tô cheia de marcas
Tô cheia de querere's incompreendidos
Tô cheia de cicatrizes mal curadas e pouco cuidadas
Tô indo sem saber pra onde....

Morrendo...

Que morra em mim isso que um dia foi tão meu.....

segunda-feira, 14 de março de 2011

JANELAS

Alguém me disse que daria certo, alguém me disse que valia a pena, alguém me disse que era possível. Cadê?Onde?
Em cada pedaço da casa uma solidão.
É tudo um pouco sem sentido, não existe lógica pra nada, o buraco está e pronto. As janelas não mudam de lugar, só de pintura, ou pelo mofo ou desgastada pelo tempo. O quarto no mesmo lugar, a cama, as roupas, ou livros... eu continuo na mesma, essa inconstância tão constante, nem mofo, nem lodo, nem pedra. Um mesmo corpo pedindo arrego, uma mesma alma pedindo silêncio.
Nem sei mais do que foi que me cansei, muito menos pra onde seguir sem que acabe a gasolina ou esgote o motor. São lindos os encontros, as palavras e a escuta. Tudo que vem desse outro meio torto, esse outro meio louco, um outro meio triste, me puxa, me agrada, me prioriza. Detesto banalidades fúteis e pouco sinceras, detesto sapato novo fazendo barulho, e açucareiro vazio na hora de tomar meu chá. Odeio gente que é pouco, que gosta de pouco, que vive pouco. Tenho pavor de quem segue todas as regras e não se deixa enlouquecer por uma paixão. Tenho asco de superficialidades humanas, burrices agudas, e surdez momentânea. Não sabe, procura. Não entende, não julga. Não viu, se joga. Não entende, respeite. Não sabe o que dizer, fica calado ou fale porcarias. Mas como as janelas mudamos com o tempo... e o tempo toca tudo, revela, esconde, simplifica. Se você ama vai fundo, se ele te ama te entende, se não entende ou fica cansado de suas mesmas crises e de suas mesmas reclamações, cai fora. Ninguém é obrigado a dar as mãos, obrigado a amar, a querer ter e ser de verdade, nem todo mundo consegue, nem todo mundo da conta. Mude, exercite a possibilidade de agir diferente, mas sobretudo ame incondicionalmente o outro. Ame porque de todos os verbos e de todas as ações essa é a mais bonita, a mais poética, a mais gentil e perturbadora. É preciso deixar-se perturbar, perder o chão e encontrá-lo de novo, desistir e encontrar novos motivos, perder a lógica e a sensatez. Colocar a cama no banheiro e o travesseiro na cozinha. Mudar a casa, de casa, para casa. Talvez assim, bem talvez, não se sabe, encontre-se o verdadeiro “dar certo”, o verdadeiro “valer a pena” as improváveis e maleáveis respostas. Em cada pedaço da casa uma solidão, mas uma solidão viva e sincera.

UM DIA!

Quando eu volto tudo fica meio cinza, meio velho aqui dentro de mim.
E eu queria de novo, queria um eterno retorno.
Foi lindo, foi bom... apesar de.
Sei dos erros, eu vi as falhas... e essa puta culpa batendo na lembrança dos dias desperdiçados.
Um dia eu vejo tudo de novo e vou tentando não cometer sempre os mesmos choros e as mesmas falhas.
Um dia.
Te amo flor.

sábado, 12 de março de 2011

O que Maristella disse

Bem, eu tive insônia, mas não foi uma insônia qualquer, tomei um porre, fumei um maço de malboro e chorei pra caralho, desengasguei. Descarreguei tudo em cima dele, toda essa dor esmagada na minha garganta, todo esse medo engolido diariamente, esse cheiro podre de carne velha saindo das minhas entranhas. Esse gosto azedo na língua, essa “dor maior que o corpo”(Z.Z).
Eu sou forte, puta que pariu, eu preciso ser forte. Já dormi com rato, antes dos 10 eu comi porra que não queria, ajoelhei no milho, senti falta, comi macarrão por duas semanas, amei, desamei, depois dos 20 dei pra chorar de medo e abandono, pedi dinheiro emprestado, não tive dinheiro, não tive cama, fui despedida, saí de casa aos 16, enfrentei mãe, enfrentei pai, roubei, me cortei, trepei com mulher, fingi pra caralho que gozava com homem, casei, trabalhei que nem uma louca, estudei, comprei computador, geladeira, cama, fogão, mesa, panela, copo, faca, tapete....tudo sozinha, tudo sem ninguém. E ele com essa cara sofrida e esse jeito acadêmico-poético-sofredor de coração partido me negando verdade, me negado amor, me negando uma gota de alegria sincera que eu jurava que era verdade, VAI TOMAR NO CÚ!Eu não sou uma alternativa-burra, eu não sou do tipo mulher-pronta, eu não faço a linha equilibrada-feliz. Já quis me matar milhões de vezes...e hoje não foi diferente. Envolvida pelo álcool e por essa dor imensa que não passa nunca, eu quis me jogar da varanda do apartamento, desejei ir embora silenciosamente, pensei em tomar todos os remédios da casa, acordei, dormi, inventei, imaginei, perdi a força das pernas, escorreguei, tomei banho, tive dor de barriga, li, bebi, bebi, bebi, pensei, Meu Deus!como eu pensei!!!!!E depois ainda tive culpa, porque a idiota aqui ainda sente culpa, ainda pede colo, ainda espera um abraço inesperado no fim de tudo. E se não vem, e se não ganho, e se não aparece, a culpa é de quem?MINHA!
Sempre levei comigo a culpa de tudo, me estrepei, carreguei sozinha, engoli calada, e depois.... pedi desculpa, levei na cara, na bunda, no cú. Sei que estou meio velha, meio puta, meio desequilibrada, meio louca, meio gorda, meio burra, meio triste, meio chata, meio histérica, meio feia, meio sem rumo, eu sei disso, sei disso tudo que carrego naquela porra de imagem que vejo todos os dias no espelho. Mas não esfrega na minha cara minhas fraquezas, não arranca de mim minhas conquistas, não deposita nas minhas costas suas inseguranças. Eu não te pedi nada além de carinho, sinceridade e lealdade. E com você começou diferente, eu fui de cabeça, acreditei em tudo, confiei nessa sua cara lavada-mentirosa-filha-da-puta. Você dizia: não, não, não, não, não, não, pra depois eu descobrir a farsa, o engano malicioso e pérfido escondido dentro de tudo. Detestei você.
Mas depois eu tentei de novo, e venho tentando apesar de. Mas hoje eu descobri o segredo, eu nunca mais te amei de novo. Fiquei por orgulho, raiva, medo, insegurança, sei lá..... ainda tinha um carinho, ainda restava aquela crença fudida de que poderia dar certo. Infelizmente não deu e felizmente nunca vai dar. Você matou cada filhotinho de amor em mim, você matou cada esperança nova que nascia, você matou cada brilho novo que surgia, você matou minha fraqueza e junto com ela meu amor. Eu nunca mais confiei em você, eu nunca mais acreditei em uma mísera palavra que você disse, eu duvidei de tudo, eu sofri com tudo. Hoje na minha insônia eu decidi desistir da gente, eu decide desistir da forma mais pobre podre e desgostosa que existe. Eu resolvi desistir sem, simplesmente, executar. Não te cobro mais nada, apago com água fria esse brilho no meu olhar, não pergunto, não duvido, não acredito, não luto, não faço nada, absolutamente nada. Não faço nada até que você desista, até que saía da sua boca a palavra fim, porque não fui eu que matei tudo, foi você. Não é justo que eu carregue nas costas mais essa culpa.

terça-feira, 1 de março de 2011

Tô pirando...

Tô pirando, pirando com tudo!Mas sei que tô forte de novo, que tô forte outra vez. Indo... aos poucos, aos pedaços...Tentando cada milimetro de intensidade... e sei que de mim nasce sempre uma inquietude necessária, uma inquietude que me leva pra frente. É o único sentido de ainda continuar, de querer ir em frente, pra descobrir o que tem atrás da cortina, o que se esconde por entre os jogos, por entre as farpas. Eu sei de mim, só isso!Mesmo não sabendo.... eu, talvez, ainda te ame!