segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Monstros horríveis

As vezes cansa um pouco a montanha russa. Esse vai e vem no meu corpo, na minha cabeça, na minha sanidade mental. Não da pra aguentar por muito tempo essas míseras e doloridas explosões que acontecem inesperadamente. Duas, três explosões por dia. Acordar bem não significa nada, o dia é um leão que a gente mata antes das cinco. Depois é pior, a noite os bichos aumentam, viram uns super leões que dão medo. Eu não sei mais o que fazer, eu tentei, eu tento, mas as vezes eu  queria só parar a roda e respirar um pouco. Só isso,  sem monstros horríveis, sem medo e sem esse buraco de uma roda que gira incessantemente.

Eu não vou desistir

domingo, 13 de setembro de 2015

SEGURAR A CORDA

Me sinto tão cansada, ja escrevi e disse isso mil vezes. Mas é exatamente a palavra que me descreve. Eu vivi coisas demais, e ter saído de casa aos 16 anos não foi tão simples assim. Me sinto sozinha, como se me faltasse um lugar seguro no mundo, como se todas as fronteiras entre a minha infância e o que sou tivessem se rompido. Só existe essa Dayane, essa de agora, sem família, sem casa, infância, sem nada. Absolutamente nada. Eu tenho uma casa, meus livros, minhas roupas, meus documentos, mas tudo isso é insignificante e em muitos momentos essas cosias me aprisionam. Nunca imaginei que fosse viver tanto, achei que morreria antes dos 28. Estou exausta. As cobranças, as responsabilidades, a necessidade de dar certo, me consomem. Minhas histórias de amor foram destruídas pela minha cabeça, um corpo carregado de traumas, eu existi demais. Imaginava que com o tempo as coisas mudariam, a maturidade incubaria a falta que me fez fugir de casa na década de 90. Sinto que as coisas não me cabem, como se uma força me dissesse que nada, nunca, nada será suficiente. Me sinto cansada, e confesso que penso muito sobre a importância de continuar. Talvez eu devesse fugir de novo, mas pra onde? Nem sei se adiantaria, tudo me acompanha. Vou passar um tempo em outra frequência, é o jeito que encontrei. Sem álcool, sem cigarros, sem drogas. Vou parar um tempo, viver de agendas e rotinas, livros, músicas, amigos e uma abstinência absoluta de tudo. Talvez me ajude, talvez não. Vou trocar o cigarro branco pelo de palha, o álcool pela água e as drogas pelos livros. Eu preciso parar um pouco, me sinto exausta, não da mais pra continuar, eu não consigo. Preciso passar um tempo cuidando da minha cabeça, lavando a alma e estabelecendo mais uma vez o equilíbrio de tudo. Estou exaurida, faz anos que não sei me controlar, uma intensidade absurda. Tudo isso vem me consumindo, esgotando minha energia, meu desejo, minha fé em mim mesma. Me sinto muito cansada, preciso segurar a corda que tem me enforcado, ou então eu chuto a cadeira e me dependuro de vez.

Sóbrio

A vida pede mais...
Ela exige que o corpo esteja sóbrio para compreender a parte que lhe cabe da insanidade não institucional.
Chega a doer o osso.
O cotidiano é a pior forma de estar

domingo, 6 de setembro de 2015

Sobre andanças

Hoje eu passiei  de novo, fui em vários lugares. No bairro japonês, na feira japonês, na Sé, no caixa cultural, no CCBB. Fui no cinema, na praça, andei de metrô e muito a pé. Envelheci. Antigamente as coisas me surpreendiam mais, e eu me deixava levar por uma certa beleza do mundo. Mas hoje eu ando achando as pessoas tão tristes, melancólicas, vazias, uma estranheza dentro dos olhos, um medo incutido no andar de pressa. Uma secura de tudo, um cinza esmagador e uma pressa sem sentido. Fiquei em silêncio quase o dia todo, desde ontem. Todas as cidades infelizes se parecem e cada cidade feliz é feliz a sua maneira... Anna Karenine se surpreenderia com a catedral da Sé. Linda, imensa, altiva e forte. A religião é algo onipresente, ela amarra silenciosamente cada pedacinho desse nosso país. Ando invertida para o lado de dentro, é uma fase, já tentei correr dela, mas ta enraizada demais.  Não sei se eu to feliz, to tranquila e com medo ao mesmo tempo. O futuro é muito incerto, e a gente fica tentando encontrar o sentido das coisas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

E.T

Eu penso realmente que ela deve achar meus amigos uns Ets. Ela deve achar minha vida uma loucura e não é sempre que eu sustento tudo, fico no meio, tentando equilibrar a dor. Não da pra deixar nem uma nem outra puta com essa coisa "que saco". Como é que se continua?
A dificuldade de ser...
Uma merda! Uma imensa merda.

terça-feira, 1 de setembro de 2015