terça-feira, 28 de julho de 2015

Por tudo

Meio santa meio puta. Bem clichê. Desse jeito arrogante e doente de tudo. Uma intensidade absurda diante da vida, mesmo que lhe rasgue o peito. Vai indo, um pouco pra lá um pouco pra ca. Desistindo de certas horas e em outras morrendo aos poucos. Meu corpo desiste mas eu sigo, continuo porque não me resta mais nada, somente esse cheiro dolorido de vida. Lá vai a alma, podre de si, mas insiste na eternidade. Meus cabelos, meus cabelos andam oleosos feito babá. Falta de ar, tosse, meu nariz não respira, meu corpo. Azia, ânsia,




Não consigo mais.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

TRAUMA

Eu tenho um monstro engasgado no meu peito, não da pra fingir. Minha família é uma ilusão, ela não existe. Aos 16 anos descobri a falta, e ela embaralha tudo. Ninguém supera um abandono, uma catástrofe, um trauma de maneira absoluta. Os resquícios do abandono coagulam  a tranquilidade cotidiana. Não é possível continuar fingindo que não existe um buraco negro, um nada separando tudo. Carrego a culpa de não amá-los como deveria. Minha liberdade é enlouquecedora, proporcionando territórios desconhecidos, solidões devastadoras, medos absurdos, e uma carência que debocha de mim no espelho. Minha família me faz lembrar de todos os detalhes assustadores, das milhares de vezes que não me reconheci com o sobrenome que me deram. Quando esbarro com alguns parentes minha identidade se desfalece ladeira abaixo, sigo em queda livre, um constante desespero gélido engolindo as esperanças. Nada de infinito existe depois de um trauma, tudo é carregado de um fim, e o que salva o desejo contínuo é o desconhecimento da data da morte. Meus pulmões escuros agarram-se a fumaça acalentadora da solidão, tornando os delírios noturnos minha única fonte de esperança. Minha realidade paralela é a realidade que existe, somente eu, meu devastado e machucado eu, meus membros dispersos pelo espaço, meu eu que não existe, minha falha existência traumatizada, minhas inúmeras faces, meus fragmentados eu's, somente eles reconhecem a ilusão dos laços sanguíneos, e consequentemente a perdição do que a maioria chama de realidade. Me sinto exaurida, cansada de todas as regras sociais da mais valia. Não desisto porque sou covarde e a infinitude da morte me assusta. O que é que vale mais, meu medo ou meu trauma? Meu corpo gordo carrega dentro da pele a flacidez inócua de quem resiste. Bravamente levanto todas as manhãs e digo: não importa, mesmo que digam o contrário, eu hei de me encontrar em alguma esquina, dentro de um copo, um canudo, um banheiro sujo. Eu hei de descobrir o porque disso tudo, o sentido dessas coisas inalteráveis. Eu hei de seguir adiante, apesar de, independente de. Eu hei de superar o monstro engasgado na minha garganta, a família desconhecida e a infinitude de um trauma. 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Sobre a criação

Globalização: estar conectado é uma regra. Eu Sei de tudo, mas não sei de nada!

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Em breve

Um dia ela retorna, um dia.
Um dia ela para com essa de academia, de disse me disse, de citação e nota de rodapé.
No meu pé tem paixão.
Meu braço quebrou em três.
O acidente foi grave.
Dez pontos.
Ontem bati a cabeça de novo, doeu.
Quimioterapia.
Sono, muito sono.
Enjoo.
Três passos para trás.
Um unicórnio anda dormindo embaixo da minha cama.
Escuto a terra tremer, ela sacode silenciosamente os podres da humanidade.
Nada vai mudar.
Nada.



Pode ser que.


Sem dó, por favor


Tenho um amor do tamanho da Alice


Hoje

Sinto falta de poesia...

Ela.

Vez ou outra a gente sente saudade e não sabe porque. Não da pra entender muito bem como as coisas se transformaram dessa maneira. Tenho pensando muito, esfriado o coração, mas não deixo de sentir saudade das madrugadas rodeadas de bobagens, livros, supermercados e porcarias deliciosas.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Amor.

Não sei onde eu perdi o desejo. Não sei onde as coisas começaram a desgringolar. Um dia eu não aguento mais. Um dia.