sábado, 11 de abril de 2020

DEpois de quase um mês dentro de casa eu comecei a ver.

Anak Krakatoa


Uma vontade outra de existir.
Agoraa eu inexisto,
O céu tem estado tão bonito.
Tenho sentido o vento cheio de palavras... dado tempo as coisas da natureza, respirado outros silêncios.
Sinto que existe uma mudança em andamento, e ela é enorme.
Um tsunami!
Uma mudança vibratória. Sei la... sou cheia de falatórios na minha cabeça. Mas meu coração diz que estamos começando outra vez, nascendo, evoluindo. Tem doído um tanto.
Tenho medo de ficar sem ter o que comer. Tenho medo de não ter trabalho e de perder o rumo.
O que existe em nós agora é o que somos, o que somos de dentro do vulcão. Do centro da terra. 
As crianças me enchem de esperança, porque elas só conhecem o agora. Elas são! Isso é tão bonito. O céu tem cores infinitas, e de noite ele brilha no escuro. Um pouco de céu e um pouco de esperança.
Continuo escrevendo pedaços e existindo aprofundada na minha lama e na minha divindade. Eu sinto meus ancestrais. Sempre senti. Enquanto escrevo o vento conversa comigo. Tem uma mulher que eu vejo desde criança. Uma velha, negra, escrava, de mãos enormes, e o olhar mais doce do mundo. Te agradeço a força. É ela quem me ensina sobre algumas coisas, mas por vezes eu deixo pra la, não quero. Queria querer, mas não sou dadas dessas coisas, nunca fui. Preciso querer, mas, ao mesmo tempo, me deixo não querer. Eu sou de sentir as coisas.
Agradeço a liberdade, o pedaço de céu e o amor. 
Agradeço também esses sonhos que não perco e essa tentação de ser sempre querer.
Mmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm eu tenho um amor imenso pra curar meu mundo. Nossa conexão reaparece.

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Na emanência do caos

Chove!
Um silêncio absoluto em tudo, dentro.
Dentro de nós um medo absoluto.
Sem pertencimento.
Sem previsão.
Um vinho. Um beck. Orgasmos múltiplos e um cigarro.
Ainda chove.
O tempo tem sido outro. Outro tempo. Outros tempos.
Desesperados em saber as probabilidades, botando fogo no corpo, na rua. Comprando orgânicos.
O que foi que fizemos de nós?
Gostaria de saber um pouco mais... sobre o que?
Onde foi que perdemos o fio da meada. O contra fio da revolução.
A peste negra.
Os corpos.
Os caminhões.
A peste.
O negro.
As negras.
A negra.
A gente se comunica em silêncio, nas ondas silenciosas de emoções intensas.
O fim.
Eu gostaria de abraçar as pessoas por horas, beija-las nas mãos, perder o que fosse necessário. Perder é coisa que amarra o coração.  Eu sei....
Marianas, Carolinas e Marinas... peço desculpas pelos atrasos em mim,mas  peço licença  pra exercer essas coisas.
Sinto cheiro de carne queimada.
Ainda chove.
Um medo absoluto do que vai ser.