Caralho... A gente lê um monte de coisa sobre pós parto, puerpério, amamentação.... E as frases tão ali, prontas e feitas e a gente acha que entende. Só que não! Nem um relato é suficiente, nenhuma palavra sobre solidão consegue dar conta desse furacão. O peito dói, o bico fere, a falta de sono deixa a cabeça maluca, até fazer cocô dói.... Tudo dói. Tem aquele olhinho pequeno que te olha com amor, mas nem sempre ele afaga tudo. O choro fica na garganta, nos ouvidos, nos sonhos. O medo vez ou outra toma conta de tudo, e nem dá tempo de tirar uma soneca depois do almoço, ou então tomar um banho demorado pra espantar os maus espíritos. Um estado de exceção, talvez seja isso. Ser mãe é uma montanha russa, uma bola de fogo, uma corrida que não cessa.
No final do choro tem o amor, e no meio da tempestade a calmaria de uma mãozinha pequena segurando a sua.
É... Ninguém disse que seria fácil, mas a gente segue de mãos dadas, filha. Te prometo todo amor do mundo, mesmo com o peito doendo, os olhos fechados de sono e a alma cheia d'água. Deita no meu colo que ficamos em silêncio de mãos dadas. Te amo!