Cada vez que espero perco inesperadamente o palpável da vida. Fico existindo entre imagens e pedaços doces de sentimentos escorridos. Deixo de existir sendo. Minha existência nada mais significa que múltiplos desejos brigando por espaço dentro do meu corpo e fora dele. Quando eu era pequena eu pensava que vida era um corpo em movimento. Depois eu descobri que vida era o movimento de desejo dentro de um corpo. Deleuze tem razão "O verdadeiro charme das pessoas reside em quando elas perdem as estribeiras, quando não sabem muito bem em que ponto estão." Eu tenho um desejo incontrolável pelos dementes, loucos e descontrolados. A subjetivação de ser encontra-se na pré-disposição do não saber. Apaixonar-se constantemente pela indefinição, convicção e o amor que transborda. O desejo de desejar é movimento puro. Quero a vida de encontros que me movimentem e dentro do movimento me façam desejar caminhos e profundidades inexplicavelmente inexistentes. Aos encontros previsíveis, alegres e pobres de desejo, amor e sinceridade eu desejo o fim. Uma morte calma feita de tempo, um desencontro feliz feito de escolha e uma convicção feita de ética. Por favor, não interrompam meu movimento.
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