segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Defendendo o inesperado
Chegou o dia, quem diria, tão rápido e tão perto... passa um filme na minha cabeça. Cheguei em Bh em 2003, verão e eu de cachecol. Hoje vivo pelada, cheia de fumaça nos pulmões e esperança no coração. Nunca me imaginei professora, muito menos acadêmica. E hoje eu to feliz com as conquistas da vida, com as surpresas cotidianas. Tô feliz com as destrezas inesperadas do tempo. Jamais vou esquecer do Pedra parando a van, dos porres na praça, dos ensaios na varanda, das risadas na casa da Fernanda, do caipira, da chapolin, das casinhas que vivi e dos cigarros que fumei. Meus afetos exagerados, minhas insônias de fim de noite, minhas intensidades amorosas e as tropeços que me fizeram mais forte. Esse ciclo que começa vem recheado de desejos e utopias.... no meio de um golpe e de uma política hostil e truculenta, o que nos resta é espalhar pequenas doses de amor. Sim, eu ainda acredito no amor, na capacidade de amar e ser amado, na revolução que o amor provoca no corpo e nos corpos. Com o copo cheio de montilla e a mão fedendo a cigarro caminho no meio de amores, plantas e livros, o teatro é sagrado pra mim, ainda é ele o motivo de todas as minhas manhãs. Essa nova etapa da vida vem cheia de segredos que despertam vontades. Quero só continuar na leveza de um bom beck e na força de uma incrível esperança nos encontros e na utopia do tempo. Meu corpo fez 30 anos, minha casa tem um pitanga e minha filha me lambe quando eu durmo chorando. Não tenho mais medo de ficar sozinha, não tenho mais medo da solidão, aprendi que com a gente se tocando por dentro a vida é mais leve e o doce amargo tempera o desejo. Que minha defesa seja o resultado da sorte que tive na vida, das descobertas que BH me trouxe, daqui pra frente só a Deusa é quem sabe!!!!!!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário