segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sem título

Fiz um chá. Acendi um incenso. Coloquei a vela pra queimar, aguei as samambaias, a guiné, a árvore da felicidade, aquela que não sei o nome, a espada de São Jorge, o manjericão e a arruda, todas lindas brotando vida. Tem um grilo na minha sala. Dizem por ai que esse bicho significa felicidade. Eu nem sei se eu tô feliz, mas acho que a gente nunca sabe, é uma coisa que passa pelo corpo vez ou outra, depois escorrega e vai embora. Comprei uma rede e morar sozinha tem sido a paz necessária depois de dias corridos e conturbados. Eu acredito no amor. Desejo só amor hoje e o céu da minha rede brilha. Não espero mais muita coisa, vivo como quem adormece e goza. Minha cabeça desequilibrada, meus ataques de ansiedade e meu medo do futuro estão guardados dentro do baú do meio, tem dias que o grilo canta la dentro, abro e deixo a dor tomar respiro... um dia como hoje. Pensei em dormir na rede, ouvindo Wagner e vendo aqueles pontos de história no céu. A felicidade é um suspiro que exige fôlego. Não acredito em gente feliz pra sempre, bom humor diário e alegrias que não acabam. É preciso se acostumar à dor. Meus pés perderam a agonia de quem espera, em troca ganhei uma terra fofa onde acomodo os calos e a fé. Meu amor agarrado em mim. Meu suspiro. Preciso criar.  

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