quinta-feira, 30 de abril de 2015

No princípio era o verbo, e no fim a dor

Eu ando tão desiludida com a vida, com as pessoas! O modo como a proliferação de certezas tem feito surgir "verdades absolutas" completamente desumanas e sem sentindo. Os nazistas querem destruir os judeus, os americanos os árabes, as feministas os homens, os machistas as mulheres, os heteros querem acabar com os homossexuais.... E por ai vai, e por ai etc e tal. Generalizando os ideais busco uma metáfora mal feita da sociedade.
É tanta sujeira no mundo.  A podridão escancarada do ego. O fanatismo religioso. A intolerância exposta. Quando paro um pouco e olho as caras dentro da multidão a tristeza é profunda. Reduzimos o amor a nada, transformamos a empatia em discursos vazios sobre ideologias e crenças. Colocamos no mesmo balde sujo pessoas completamente diferentes, sem levar em conta o contexto único do indivíduo e da relação.  Anulamos o auto-sacrifío saudável, transformamos o saudável em lixo. Ninguém se sacrifica por nada, ja que "ser feliz" é a moda do momento, ou melhor, o próprio umbigo é a onda da vez. Perdi pessoas pela dispusta do certo e errado, arrecadei inimigos pelo simples fato de não poder aprofundar conflitos. A intolerância tem consumido o respeito. Enchemos a boca pra falar de afeto, pra vomitar discursos sobre o amor, e somos incapazes de arrefecer o ódio. Pra onde vamos? Temos medo da morte, de todos os tipos de morte. Esperamos muito e cobramos demais. Adentramos na era melancólica, onde cada um tenta superar a sua dor, causando mais e mais dor. "Precisamos retornar ao início, o lugar onde a humanidade tomou o caminho errado".
Falo tudo isso de um lugar desesperado, de quem vive sem saber ao certo. De quem vomita discursos sobre o amor, nas é intolerante com a falta dele. Talvez eu realmente esteja no papel da bruxa medieval. Talvez não seja isso. Talvez seja tudo isso. Não sei.
Queria somente a possibilidade de diálogos mais sinceros e menos raivosos.

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