domingo, 13 de setembro de 2015
SEGURAR A CORDA
Me sinto tão cansada, ja escrevi e disse isso mil vezes. Mas é exatamente a palavra que me descreve. Eu vivi coisas demais, e ter saído de casa aos 16 anos não foi tão simples assim. Me sinto sozinha, como se me faltasse um lugar seguro no mundo, como se todas as fronteiras entre a minha infância e o que sou tivessem se rompido. Só existe essa Dayane, essa de agora, sem família, sem casa, infância, sem nada. Absolutamente nada. Eu tenho uma casa, meus livros, minhas roupas, meus documentos, mas tudo isso é insignificante e em muitos momentos essas cosias me aprisionam. Nunca imaginei que fosse viver tanto, achei que morreria antes dos 28. Estou exausta. As cobranças, as responsabilidades, a necessidade de dar certo, me consomem. Minhas histórias de amor foram destruídas pela minha cabeça, um corpo carregado de traumas, eu existi demais. Imaginava que com o tempo as coisas mudariam, a maturidade incubaria a falta que me fez fugir de casa na década de 90. Sinto que as coisas não me cabem, como se uma força me dissesse que nada, nunca, nada será suficiente. Me sinto cansada, e confesso que penso muito sobre a importância de continuar. Talvez eu devesse fugir de novo, mas pra onde? Nem sei se adiantaria, tudo me acompanha. Vou passar um tempo em outra frequência, é o jeito que encontrei. Sem álcool, sem cigarros, sem drogas. Vou parar um tempo, viver de agendas e rotinas, livros, músicas, amigos e uma abstinência absoluta de tudo. Talvez me ajude, talvez não. Vou trocar o cigarro branco pelo de palha, o álcool pela água e as drogas pelos livros. Eu preciso parar um pouco, me sinto exausta, não da mais pra continuar, eu não consigo. Preciso passar um tempo cuidando da minha cabeça, lavando a alma e estabelecendo mais uma vez o equilíbrio de tudo. Estou exaurida, faz anos que não sei me controlar, uma intensidade absurda. Tudo isso vem me consumindo, esgotando minha energia, meu desejo, minha fé em mim mesma. Me sinto muito cansada, preciso segurar a corda que tem me enforcado, ou então eu chuto a cadeira e me dependuro de vez.
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