terça-feira, 13 de dezembro de 2016

13 de dezembro de 2016

Aprovaram a PEC. As pessoas continuam apanhando e sendo presas. A PM reprime as manifestações, em São Paulo é pior. Mataram o filho da Tati Quebra Barraco, mais um, esse (e esses) sem bala de borracha. Assisti o documentário da Janis e pensei que seria melhor que as pessoas fossem assim, intensas e apaixonadas. Acho que a força do capitalismo mundial integrado endureceu os corpos, sofremos de desejo. Chove bastante. As pessoas continuam morrendo nas favelas, apanhando nas ocupações e sendo silenciadas em qualquer máquina de poder. O desespero aumenta quando vejo o poder que a Globo ainda tem, e ainda terá. É tudo uma grande farsa, vivemos um roteiro de cinema, o céu se desmancha e a gente chora a morte do ator. Já quis ser uma grande artista, hoje acho que isso não faz sentido algum, depois de Mariana qualquer tentativa de arte é merda. Prefiro o silêncio, o carinho, o tesão e o amor entre os pulmões. Afetos revolucionários. Deixar-se contaminar por si mesmo, me parece ser essa a grande revolução. O mundo vibra deslocamentos diários, sinto que é melhor escutar a chuva e deixar correr o tempo das coisas. Não imaginei que veria o mundo ruir na minha frente, enquanto os alarmes disparam seus alertas o coração só pede pausa. Calma. Afago. Arrego. Fiz um chá de camomila e lembrei da Janis, da Amy, da Camille... Penso que o mundo é um lugar onde você pode ouvir a voz por detrás do espelho, feitos os livros do LGA (o policial morto pelos excessos de hipócritas). Ouvir o grito de dentro e deixar que do lado de fora respingue pulsões. O mundo escancara podridões, o falso é verdadeiro e o verdadeiro é falso. Não acredito mais na história, nos heróis, nos conceitos fudidos que me fizeram engolir. Tô querendo dar um rolê por aí... Deixar a banda dos contornos mais leve. Enfim... Acendo outro cigarro e coloco Janis.

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