quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Aquaplay




Por uma certa saudade, dessas que não se explica.
Me vi chorando um pouco e reabitando lugares, visitando lembranças.
Foi tanto, tanto se fez...
Passa!Sinto no passado, o hoje ja se torna ontem.
Coração dispara pela nostalgia de fotos, videos, momentos, recordações.
Fecho os olhos e vivo mais uma vez.
Levanto às 7h enquanto minha avó prepara o café da manhã
Meus irmãos colocam os uniformes
Me dissolvo nos detalhes
Detalhes
Poucos são os detalhes que ficam
O biscoito partido
Aquele dia de carnaval que fui parar no hospital por causa de uma cólica de rins
Minha mãe fazendo lasanha no domingo
Casa cheia
Chitãozinho e Xororó cantando "Aquele fio de cabelo bonito..."
Passa!
O tempo passa, as coisas passam.
Lembranças...
O que fica depois de tanto tempo fica pra sempre
Sempre!
Tudo por culpa do amor
Não se pede a uma pessoa que esqueça
Ninguém esquece
Amor de verdade dura pra sempre
mesmo que venham outros
Compreendo
Dói!Mas compreendo...
Não exijo
Me entrego apesar de.
Amanhã é um novo dia
do futuro só se sabe que vem
como ou quando ou quem... isso só o tempo
Tempo
Fabuloso tempo organizando as gavetas
jogando fora o desnecessário
Trancando a sete chaves o essencial
Meu essencial é segredo
Seus essenciais são pérolas guardadas nas lembranças...
Sinto!
e amo...
Amo como quem espera
O que?!
Lembranças que ainda não possuo 
Utopias
Vontades
Desejos
Meros romances escritos ao vento
Meras vontades jogadas no presente
Vou vivendo como quem espera partir
Como alguém que se acostumou a perder
E ganha!
Ganho!
Te amo.
Amo o que somos
O que conseguimos ser
Um dia desses eu volto pra casa
Abro a porta e preparo nosso café da manhã
A família toda reunida
meus irmãos crescidos
meus pais envelhecidos
Meu corpo carregado de histórias
Minha avó preparando o piqui
Meu irmão acendendo a churrasqueira
Minha prima rindo porque estamos juntas de novo
Minha tia contando sobre o nascimento dos gêmeos
Meus pés sentindo o retorno
Minha alma adormecendo no útero de cada um
Nosso silêncio de boca cheia
Nosso amor dolorido abrindo espaço no seio familiar
Nos curamos
Quem sabe um dia
Quem sabe um tempo
Retorno e começo de novo
Melhor e mais
E quem sabe nesse dia eu consiga pedir perdão
aceitar o perdão
e desculpar...
desculpar a vida pelos tantos erros que fizemos nascer
E amar
amar com tudo
tudo de novo
tudo outra vez
... como costumava acontecer nas festas de final de ano, com o fogão de lenha esquentando a feijoada e as crianças gritando no amigo oculto "Aquaplay, aquaplay, aquaplay..."

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