quarta-feira, 9 de novembro de 2016

9 de novembro

Tempos sombrios. No Brasil verde e amarelo os sons das Tramontinas ressoam a vitória de Trump. Dos silêncios da madrugada o susto do fascismo que mais uma vez retorna ao poder. Talvez um Hitler disfarçado de playboy, uma Vale do Rio Doce disfarçada de patrocinadora cultural. Lama, muita lama escorrendo das paredes, aquelas mesmas paredes que estão tingidas com a tinta desfalecida da democracia. O céu se encheu de nuvens escuras, a previsão do tempo é do estado de excessão. Saramago deixou o mundo cego, e na dor daquele cão de lágrimas, nos dias atuais, carregamos nossa mísera esperança nos secundaristas, nas ocupações, nas revoluções impressas nos corpos, nas paredes, no grito dos movimentos sociais. Não vivi a ditadura de 64, mas essa de 2016 já tem doído a alma. É como se o Brasil estivesse descendo a ladeira, sem freio, desenfreado, a caminho do caos.
Não sei pra onde vai o fim da linha desse trem azul e branco, mas tá de doer os ossos o renascimento dessa direita Zumbi, como diria Marina Viana.
Precisamos dispor os corpos às máquinas de guerra. Precisamos desamarrar os sapatos e pisar na terra. Precisamos desejar...

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