terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher

Eu sou fraca. fraca demais pra aguentar as pressões da vida. Eu nem sei onde estão os pontos de segurança. Onde é que a gente se segura? qual é o local onde as coisas se tornam mais certezas que insegurança? A gente até tenta ser artista, mas tem uma coisa que, atualmente, consome as energias. Deve ser o inferno astral. Clariciana na quarta e balzaquiana na quinta. No fundo no fundo eu to morrendo de medo. A vida é um rastro de acontecimentos doloridos e inesperados. Eu bebo pra aliviar o medo do futuro, mesmo me arrastando nessas noções Agambenianas de presente infinito, de profanações diárias, de um testemunho impossível... sobrevivi. Cheguei aos trinta! Plagiando Mia Couto, mulata de raças e de existências. Minha vida me importa, mas aquela coisa que não sei o nome  passou a ter mais valor que o amor, quem diria. No braço esquerdo, "ame", no braço  direito, "eu me recuso". Essas são minhas contradições. Sabe a música do Caetano, uma tigresa... com alguns homens foi feliz, com outros foi mulher. Que tem ódio no coração, que tem dado muito amor. Tão eu! Vez ou outra tenho ódio dos meus pais, depois passa, mas tem vez que dói até o osso, hoje foi desses dias.... de ódio até os ossos. Tenho vontade de dizer para o meu pai que sou dona das divinas tetas! Que sou uma vaca profana desde que nasci e que ele me causa náuseas. Pai, onde queres dinheiro sou paixão!!!!! Minha família ainda é o que de mais podre e sublime carrego na alma. De sublime só a bruta flor que me fizeram ter. De quereres eu desejo o  clã, o carlitos, a frida, todos os tchapas, a casinha e até mesmo as samambaias na varanda. Desejo pra 2017 muitos livros, horas e horas gastas na mesa de estudos, na cama, na praça de mãos dadas, na favela, na varanda, na tranquilidade das minhas maconhas e no silêncios das minhas digressões. Desejo Chopin, Nocturne op.9 n.2!Clair de lune. Spring Waltz. Sempre quis aprender piano, mas a vida não deixou. Quando pedi um teclado pra minha mãe, ela me disse que era inútil, me deu um walkman. Depois eu sai de casa, aí as prioridades eram outras. Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Mas no meio do caos eu conheci Carlitos, e ele me deu a esperança que faltava na desesperança cotidiana da falta de sentido. Ele é o respiro entre as descargas elétricas da vida. Nunca imaginei que um homem hétero poderia me fazer tão bem. A Doyonne Queiroz rejeita os héteros, mas ama Carlitos. Vou mudar de nome no cartório. Doyonne não tem sexo, não tem família e muito menos expectativas. É, jamais imaginei que me envolveria com outro homem. Eles são asquerosos e insuportáveis. Complete necturnes. Mas Carlitos respeita minhas confusões. Meu estado independente. Meu cigarro no canto da boca. Minha vagina dolorida, meu sexo cheio de traumas e esse jeito livre de querer sempre algo mais.
Sou viciada em excessos..... Nina me mostrou isso naquele livro de artista, e disse que era tão eu. É.... ela é guardiã dos meus segredos, das dores inexplicáveis, dos abcessos sem sentido.

Eu conheço Carlito a menos de meses, e ele já me fez ouvir " A banda mais bonita da cidade"..... outra vez, mais uma vez e outra vez.

https://www.youtube.com/watch?v=_bT8r5Kgwks

Nunca diga não pra mim!

Acho que aquela coisa que não sei o nome tem cheiro de silêncio e calmaria.

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