sexta-feira, 18 de março de 2011

E agora meu querido mundinho?

Eu preciso falar, eu preciso falar porque eu preciso me ouvir. Tem tanta coisa que eu não compreendo. Minha vida foi sempre feita de uma extrema intensidade. E nos últimos meses talvez eu tenha me perdido um pouco, hibernado. Mas eu tô voltando, e sinto esse animal feroz dentro de mim pedindo comida. Não gosto de nada pela metade, não gosto de nada que é pouco, de nada que é morno. Por um tempo eu me contentei com certa passividade esquizoide. Mas como as estações essa fase ta mudando. Eu tô voltando mundo, e tô voltando pra tomar porres homéricos, pra curtir com sua cara imunda e irônica. Foda-se o que me aconteça, eu só sei que não quero simplesmente passar pelo pelo mundo, eu quero viver o mundo, eu quero comê-lo com as unhas, com a cara, com a buceta, com a alma. Eu quero comer o pior que tudo me oferece, comer o melhor de cada ser humano imundo. Comer a beleza escondida, e procurar procurar procurar, até encontrar aqueles instantes que tanto me perseguiam e que por um tempo me abandonaram. Você que não sabe o que tristeza, que não sabe o que é enlouquecer por paixão, que não sabe o que é querer a morte porque o mundo não tem sentido.... não sabe o que ta perdendo. Tem buracos fundos, vômitos nos cômodos, rabiscos obscenos nas paredes. Mas tem também momentos tão brilhantes, momentos tão intensos, momentos tão sublimes.... Já me afundei muito, tomei ácido, fumei maconha, haxixe, cheirei cocaína, tomei cachaça até cair de cara na esquina da minha casa, e isso foi lindo, maravilhoso, esplêndido. Faria tudo de novo, faria tudo mil vezes. Não quero a superficialidade, e quando não se quer a superficialidade a vida dói, aperta, machuca. Para isso são necessários alguns anestésicos... e eu sei de vários, como vários todos os dias. Às vezes eu rezo. Chorando e fumando um cigarro eu peço a Deus que me ajude a suportar tudo, que me ajude a suportar esse nó na garganta, essa vontade de pular, esse medo do amargo na alma. E ele me dá, alguma coisa me dá.... sei lá de onde eu tiro forças do cú, e continuo por um dia ou dois, depois caio de novo, ai eu rezo.... e assim vou me mantendo, continuando, vivendo. Mas vivendo mesmo!Eu vou continuar dando tapas na sua cara, vou continuar chutando seus sinais, vou continuar entrando, abrindo as portas... afundando. E não me interessa o final, eu só quero saber de agora meu querido Mundo. Eu só quero saber de agora....

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