quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MILHARES DE QUILOS E QUILOS E QUILOS


Não sei pra onde as coisas vão, se elas terminam, ou se realmente começam.  O mundo me desaba e cada pedaço desse todo pesa 100kg. Tomei um remédio pra dormir, quero dormir 8horas, 12 horas, 15 horas, 40 horas, 1000 horas, dormir pra sempre. Deixar de existir enquanto existo quieta, silenciosa e triste. Não, sem tristeza, porque a tristeza não existe, é só uma dor insuportável nas costas e essa apatia pelo medo de alguma coisa que pesa 100kg. Uma bomba explode e solitariamente resisto a cada rastro dela. Buscando em todos os dias, em cada milimetro de segundo, em cada espaço, em cada cisco de momento, um sentido. Um único que seja. Uma certeza, um cartão de permanência, de validade, de passo livre. Não existem mais saídas, serão sempre dias seguidos de outros dias e pessoas seguidas de outras pessoas e acontecimentos seguidos de outros acontecimentos e sentimentos seguidos de outros sentimentos e reações seguidas de outras reações e mais dias seguidos de outros dias... Não tem fim. Uma roda que gira enquanto esperamos. Aguardamos. Primeiro sinal: nada. Segundo sinal: nada. Terceiro sinal: nada. Nada seguido de aplausos, porque é preciso aplaudir. É preciso ser feliz e aceitar as regras. Engolir o choro e cuspir alegrias inúteis e falsificadas desde a fabricação. Não reclamar. Não espernear. Não ser extremamente livre. Aceitar e ponto.


O que se faz quando não aceita?
1 – durma a base de comprimidos
2 – carregue 30 mil tijolos, 100kg cada.
3 – seja solitária
4 – se tudo der errado, estude!
5 – durma sozinha
6 – acorde sozinha
7 – trabalhe até estourar os dentes
8 – fume
9 – beba
10 - … aceite!

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