Não sei pra onde as coisas vão, se elas
terminam, ou se realmente começam. O mundo me desaba e cada
pedaço desse todo pesa 100kg. Tomei um remédio pra dormir, quero
dormir 8horas, 12 horas, 15 horas, 40 horas, 1000 horas, dormir pra
sempre. Deixar de existir enquanto existo quieta, silenciosa e
triste. Não, sem tristeza, porque a tristeza não existe, é só uma
dor insuportável nas costas e essa apatia pelo medo de alguma coisa
que pesa 100kg. Uma bomba explode e solitariamente resisto a cada
rastro dela. Buscando em todos os dias, em cada milimetro de segundo,
em cada espaço, em cada cisco de momento, um sentido. Um único que
seja. Uma certeza, um cartão de permanência, de validade, de passo
livre. Não existem mais saídas, serão sempre dias seguidos de
outros dias e pessoas seguidas de outras pessoas e acontecimentos
seguidos de outros acontecimentos e sentimentos seguidos de outros
sentimentos e reações seguidas de outras reações e mais dias
seguidos de outros dias... Não tem fim. Uma roda que gira enquanto
esperamos. Aguardamos. Primeiro sinal: nada. Segundo sinal: nada.
Terceiro sinal: nada. Nada seguido de aplausos, porque é preciso
aplaudir. É preciso ser feliz e aceitar as regras. Engolir o choro e
cuspir alegrias inúteis e falsificadas desde a fabricação. Não
reclamar. Não espernear. Não ser extremamente livre. Aceitar e
ponto.
O que se faz quando não aceita?
1 – durma a base de comprimidos
2 – carregue 30 mil tijolos, 100kg cada.
3 – seja solitária
4 – se tudo der errado, estude!
5 – durma sozinha
6 – acorde sozinha
7 – trabalhe até estourar os dentes
8 – fume
9 – beba
10 - … aceite!
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