Cobri todas as horas com todas as coisas possíveis que aliviasse de alguma maneira esse buraco gigante fazendo cratera dentro do peito. Fiz todos os deveres de casa e deixei a casa de cabeça pro ar revirando fumaça e guimbas de cigarro. Comi o menos possível e me entorpeci de chá verde chá mate chá preto e folha de guaraná. Guardei o choro e escorreguei na rua correndo dos carros que mesmo distantes pareciam me atropelar no susto de uma esquina engarrafada. Li e reli artigos teses livros e receitas de cotidianos mais leves de uma vida mais densa pesando cansaço nos olhos e saudade no coração. Lavei o rosto adquirido de insônias madrugada adentro tentando não lembrar do vazo oco esquecido na prateleira dos achados e perdidos na estante da minha alma. Dormi pouco e doeu demais.
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