sábado, 29 de outubro de 2016

Eu e meus rizomaas

Aprendi a gozar sozinha de um jeito completamente novo. Faz parte dos sorrisos que tenho me dado. Tive orgasmos intensos desde meu último sexo, o qual foi uma grande novidade. Desse último sexo restou uma vibração diferente no meu corpo, algo que se resolve dentro de si. Passei a vida correndo pra longe de um pesadelo, eu só não me dava conta que quanto mais eu corria mais eu me aproximava dele. Aquelas imagens iam e viam no meu subconsciente. Foi ai que me compreendi como rizoma, depois de Deleuze os conhecimentos se derretem na fécula de mandioca. É pura mágica, elas se ligam e se desligam com a força das mãos e a quantidade de água. Esfarelam-se e se juntam, depois vice-versa, e no entanto as mãos continuam ali, pensando-se firmes. Todo aquele processo é de um tesão imenso, um prazer absoluto sobre a incompletude da matéria. Então me percebi rizoma, uma cadeia de terminações nervosas que não terminam na pele, que transbordam e, simultaneamente, se ligam a novos transbordamentos, fluxos, continuações nervosas. Foi ai que o gozo mudou, no meio dessa quase-consciência percebi que a presença é a profanação mais pura dos dispositivos de poder.

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