quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro!

O problema é que com a falta de tempo a gente perde a conexão com a terra. É difícil sustentar aquela sensação tão a flor da pele, acho que aí nasce o desejo, de uma certa falta. Eu ainda acredito no amor, e naquele poder absoluto que ele tem de botar as coisas em seus devidos lugares, um carinho a flor da pele, um suspiro doce de que a vida tem, de um jeito ou de outro, um certo sentindo de ser. Me emociono com esse amor que me cerca, com essa disponibilidade e frequência com a qual me esbarro com ele, assim, do nada. Hoje, por exemplo, eu senti um amor tão imenso pela parede do canto onde deixo as coisas. Cheia de bilhetes, cheia de pedacinhos coloridos, um Van Gogh, Berlim, borboletas e todas aquelas lembranças de pessoas tão incríveis. Me apaixonei pela parede e gostaria de acariciá-la com a ponta dos dedos, e eu fiz. Ela é tão fria! Mas me acolhe. Tem dias que eu sinto amor pela sensação dos meus cabelos raspados, me sinto tão empoderada. Vez ou outra o amor vai até as músicas, depois os sapatos, as plantas. Aquela música do Belchior, “Sujeito de sorte”.... não sai do meu desejo. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro! Tão real! Tão de verdade! Tão intenso! Se dependesse só de mim eu queria viver amando....

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