terça-feira, 24 de maio de 2011

Cheiro de café e queijo

Uma pessoa difícil. Um dia de chuva. Lembranças acalentam esse coração vazio. Relembro de cada pedaço e de todos os momentos bons, de todos os momentos doces com cheiro de café e queijo. E ainda me pergunto onde foi que errei tanto. Qual foi a enorme falha pra te ver do outro lado da praia com esse aperto no peito. Eu não sei. Fechei todas as janelas, a casa começa a feder mofo por todos os cantos. Geladeira vazia. O açúcar acabou. Arnaldo Antunes e Nando Reis são meus companheiros noturnos. Ainda resta os Sobre-viventes. Mas e daí?os dias são curtos e extremamente compridos. Muitos cigarros, muitos vinhos, muito choro, muita falta, muita vontade de desistir. Eu tô cansada. Eu que acreditei tanto...agora tô cansada. Queria ser boa como os pássaros na chuva, como aquelas flores bonitas que crescem no meio do asfalto. Como aquele mato verde ao redor da casa cinza. Aquelas rachaduras que aparecem dando espaço para o verde, para o tronco, pra raiz. Aqueles sorrisos que nascem depois das brigas. Aquele doce de queijo que minha avó fazia. As brincadeiras junto a pia, a disputa pelo final de semana feliz. As risadas eternas e simples depois dos ensaios. As cervejas no maleta, e a banda fazendo música para o nada. Nós quatro, nós três, nós dois. Éramos. Fui em tantos, que delicia ser!Que delicia saber de si, pura e simples!Saber de todo mal, mas saber também de todo bem. Acolher tudo sem distinção. Acolher. Acolhimento. Uma casa quente, uma churrasqueira, um copo de coca-cola, uma xícara de chá, um colo, um carinho, uma vontade, uma certeza, um amor. São só palavras soltas....soltas como eu, pendendo de lado, mas me equilibrando nesse céu de marcas violentas.

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