terça-feira, 17 de maio de 2011

Um monstro

Os dias estavam claros, extremamente claros. O sol brilhava de longe, uma luz intensa e gostosa de se sentir na pele. Ela ria, sorria...como não fazia a dias!Tomou um banho demorado, cuidou dos cabelos, dos dentes. Se embelezou e …... errou!não sabe se errou por si, se errou pelo outro, se errou pelo mundo. Não sabe de onde vinha aquele mostro que a fazia tremer, chorar, bater. O mostro morava dentro dela, e tudo que ela desejava era não tê-lo!Ela detestava essa pior parte dela que vinha quando ela menos esperava, e ninguém entendia, ninguém compreendia. Ela fazia tudo....a melhor comida, os melhores gestos, os melhores carinhos. Mas quando o mostro aparecia todos a enojavam. Depois ela chorava sozinha...e rezava muito, rezava tanto....pra ver se aquilo que ela não queria fosse embora, da mesma maneira que apareceu....dentro dela!Ela perdia!Perdia todos os brilhos, toda beleza, todo amor. Ela perdia e sofria tanto...tanto!Porque no fundo ela desejava sempre ser sua parte boa, sua parte simples, sua parte limpa. Mas ficava suja, ficava feia, se tornava qualquer uma sem grande importância. O pior era perder quem amava, por causa do monstro. Mas ela perdia...e não adiantava pedir desculpas, não adiantava gritar por ajuda...eram sempre os mesmos discursos, as mesmas desistências!Novamente ela se via sozinha, quieta no quarto com seu monstro nas mãos. E mais uma vez ela rezava e chorava. Um dia ou outro o monstro dava uma sumida...uma dia ou outro o sol ficava brilhante de novo. Mas infelizmente isso era só um dia ou outro....

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