quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Para um carioca de universo tranquilo, mesmo não sendo tão tranquilo assim...

Me conta? Não importa como, mas me conta? Como vão seus dias ai, seus pesos, seus medos, suas escolhas. Estarei sempre aqui, indo mais, ficando menos. Ouçamos as letras que você escreve pra ela, sentemos na sua varanda e reconheçamos a Lapa e suas luzes luminosas apresentando o mundo. Essa dor que nos é comum, essa vontade de amor, esse desejo de desistência, mas essa força que não compreendemos. Tomemos um bom vinho meu querido amigo, e choremos em silêncio a dor do amor. Sejamos aquilo que apreciamos, mesmo doendo, sejamos aquilo que a intensidade nos propõe.  Vamos colocar a Gal de fundo, e nas mãos Água Viva de Clarice, vamos passar horas somente sentados, em silêncio, observando a lua cheia. Já te julguei tanto, e te achava raso, e te achava fútil, e te achava mulherengo, banal, pouco intenso...Depois de uns goles, algumas leituras, suas andadas silenciosas pela sala, seu amor tão grande e tão limpo, descobri em você um poeta-intenso-romântico, e me emocionei, me preocupei, me abri, admirei. E hoje eu só queria te ouvir, você e seu violão amargo, você e sua solidão amiga, você e esse seu amor maluco....tudo tão parecido com minhas estruturas diárias/doloridas. Te leio e releio. Conte-me seus desastres, sua simplicidade, seu eu que me faz companhia. Dessa maneira vamos seguindo, você na Lapa sofrendo de solidão crônica(ah!maldita solidão essa que mora deitada na minha porta)e eu em Santa Teresa sofrendo de insatisfação, formalismo, amor, contradições, perdas, medos, faltas, vazios....Tudo aquilo que, eu sei, te aflige tão verdadeiramente. 

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