segunda-feira, 14 de maio de 2012

Embaixo do banco eu digo sim!


Sabe o que acontece? A gente perde o chão vezenquando. Até da pra fantasiar o piso, mas nem sempre se consegue enganar. O quarto fica vazio e a esperança mora nos sapatos colocados do lado de fora.  Vazio. Vazio. Vazio de doer os dentes. Um dia na cama de um, outro dia alguém na sua cama, mas nada substitui o buraco no peito que teima em se manter na ativa. O problema é a fome do mundo! Quem disse?! Durmo bem e tenho um bom salário no final do mês pra comprar minhas fantasias. E dai?! Não sei mais de muita coisa e tenho colocado a felicidade nas dezenas de plantas que enfeitam minha varanda. Queria adotar uma criança e comprar um cachorro, mas quem disse que minha cabeça aguentaria a estabilidade?! As pessoas tem medo do amor, dessa maneira fica mais fácil o relacionamento “perfeito” e as pessoas sem sal! O mundo tem salvação! Onde eu ouvi isso?! Hoje tem espetáculo, amanha tem ensaio, depois de amanhã tem aula, depois e depois tem público, depois tenho roupa pra lavar, depois tem um dia de reconhecimento, depois tem filme pra fazer, depois tem texto pra decorar e personagem pra entender, depois tem sempre um depois e de nada me adianta esse todo.  Sou feliz por ontem e triste pelo depois. Agora eu seguro a paz entre os dedos das mãos e deixo o corpo na encosta do abismo, quem sabe eu pulo?! Enlouqueço e vou morar naquela praça onde os melhores homens do mundo guardam seus pertences embaixo dos bancos, com eles eu caso e vivo feliz pra sempre, sem medo, sem culpa, com amor demais eu digo sim. Depois?! Quem disse que o importante é o depois?! 

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