quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pensamento sobre o amor


(para: Denise Lopes Leal)

O amor é o sentimento mais inesperado, às vezes ele surge de susto e acomete o coração de uma febre que causa delírios. Às vezes ele vai nascendo, aos pouquinhos, como uma árvore que começa a dar frutos. Às vezes ele vem e vai, como um vento que surge no final da tarde. Mas é sempre amor. Não se distingue o sentimento por uma cor ou uma forma, mas por tudo que fica e causa. Amor causa desprendimento, insônia, dores nos pés e uma poupança falida que deixa a pessoa cheia de sorrisos na cara. Amor causa dor, vontade, espontaneidade e feridas. Amor traz paz, gente, leveza, chocolate e saudade. Amor é. Tenho pensado que o amor ultrapassa limites e compreensões, é traindo-se que se descobre a própria fidelidade. É errando, tentando e doendo por dentro, mas como faz bem doer por amor. A gente cresce e estabelece a vida de um novo ponto de vista, é como subir até o vigésimo andar de escadas, sem luz, só pra ver o sol se pondo e depois esperar em silêncio que ele nasça outra vez.  Depois a gente pula, quebra uns ossos, gasta um tempo se reestruturando pra subir de novo. É lindo o céu lá de cima, e faz qualquer queda valer a pena. Amor não é felicidade, mas uma coisa cheia de consoantes e vogais, trinta mil sílabas e dublo sentido no final. Amor é romã e jabuticaba, vermelho e azul, linha e embaraço. Amor é amor, não existe pensamento que explique isso.

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