sábado, 7 de abril de 2012

Sou fera ferida, no corpo na alma e no coração....



Ahhhhhh como dói, como tudo ainda dói!Como se fosse ontem, como se fosse hoje. A vida é assim, cheia de altos e baixos, mas a gente continua, sem saber pra onde, seguindo alguma coisa muito maior, sem formato, sem forma, sem cheiro. Seguramos a corda e saímos do precipício, como se no final existisse alguma saída, um sentido que explicasse tudo. Bebo, bebo pra ver se alivia um pouco tudo isso que tanto dói e paralisa, paralisa o olhar e o corpo em um estado de suspenção profunda e inexistente. Que seja necessário e imprescindível o amor, não importa a quem e muito menos a quê. O amor que rompe as esferas do tempo e do espaço... Na minha ilusão eu te amo, saímos por ai cantando e dançando e vivendo a história mais linda que o mundo já viu nascer. Amar dói! O álcool me sobe as veias e arranca do fundo a profundidade esperada, espero...  Sinto cheiro de morte, matar o amor é a dor mais incontestável, pior que dor de dente ou cólica de rins. Escrevo no impulso de quem vive. Soluções não me interessam, a vida se fragmentou a olhos nus. Aos pedaços a força reside na crença de algo maior, pequenos momentos e suspiros. Sigo existindo, sigo amando, sigo. Sigo e me salvo, transbordando em afetos, gritando carências, abrindo o livro e fechando o jogo. Perdi! Quando se perde o corpo vai junto, levado pelo vendo que varre em forma de furacão o que precisa sair. Flores, flores, flores, flores, o mundo precisa de flores e as flores foram morrendo porque o amor se perdeu na preocupação da paz e da felicidade da vida, o que é isso? Sinceramente não sei! Não sei de tanta coisa... Hoje o dia correu. Nenhuma resposta, nenhum afago, nenhum afeto. Silêncio. Fim, fim, fim, fim, fim, fim... a mente grita, mas a alma custa a compreender o óbvio. Que Deus nos proteja, é só o que me resta. 

Acabei com tudo
Escapei com vida
Tive as roupas e os sonhos
Rasgados na minha saída...

Mas saí ferido
Sufocando meu gemido
Fui o alvo perfeito
Muitas vezes
No peito atingido...

Animal arisco
Domesticado esquece o risco
Me deixei enganar
E até me levar por você...

Eu sei!
Quanta tristeza eu tive
Mas mesmo assim se vive
Morrendo aos poucos por amor
Eu sei!
O coração perdôa
Mas não esquece à tôa
E eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...

Eu andei demais
Não olhei prá trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo
Sem laços!...

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar
Um amigo...

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz
De esquecer...

Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci...

Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...

Sou Fera Ferida
No corpo, na alma
E no coração...



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