segunda-feira, 16 de abril de 2012

Um certo cinza....

Cinza,
Você se deprecia para que os outros te elogiem?! Ou você vai pelo caminho mais fácil pelo medo de olhar pra dentro?!
Você fica encrustado nas coisas, depois desaparece e me assusta com tanta felicidade. De uma hora pra outra eu vejo você, com suas calças largas e sua cabeça de quem percebe o tempo, começa a tingir tudo que era branco, tudo que era amarelo... Lá vou eu de novo, me perdendo na confusão de ser, sem sentido, sem esperança, sem lago.
Hoje você vibra como nunca, me sinto suspensa com o olhar perdido, essa cor, esse peso, esse você sem pés me empurrando pra baixo.
Qual o sentido? Qual o seu sentido? Porque você insiste em usar essa camisa velha que eu já disse que não serve mais?  Sua barba está mal feita,  seus cabelos caem e eu vejo que por dentro é oco.
Decepcionei-me com você. Onde coloco o peito?!
Deixo as partes separadas do todo. Deixo a dor enredar o choro. Deixo a paralisia enlanguescer os movimentos e sigo.....sigo....sigo.....sigo. Como quem reconhece sua cor e apaga a luz de dentro, pra arrancar as teias de aranha no escuro e ver se assim você vai embora de novo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário