Bem, eu to assim, um pouco seca, um pouco apagada, um pouco sem fé. Amanheceu em mim uma dor sem espaço. E eu só queria mais. Talvez eu queira muito, talvez eu seja mesmo muito louca, muito intensa, pouco sensata, muito insatisfeita, meio burra, meio torta, pouco clara, muito ansiosa....e por ai vai. Vou voltar a estudar xadrez. Fazer natação, academia, fumar menos, beber menos, cuidar da pele, da alma, do trabalho. É, talvez eu consiga, talvez não. Mas sigo tentando. O fim do amor é desconhecido, principalmente pra mim, quase nunca escolho o abandono. Mas dessa vez eu desisti. E juro que não desisti por falta de amor, desisti pelo excesso de cansaço. Não quero ter que exigir de ninguém um telefonema, um carinho a mais, um cuidado bobo. Não quero ter que cobrar vontades, mendigar um bom dia, implorar uma explicação. Quero um amor inteiro, desses que faz a gente se sentir importante, único no mundo, privilegiado. Plagiando Dostoiévski, tenho dentro de mim um vazio do tamanho de Deus. Um vazio apertado que me deixa querer somente o sono, o canto, o escuro da sala. Acordei triste. Cheia de uma solidão sem adjetivos. Cheia de feridas abertas. Cheia de medos. Cheia de falta. Cheia de flor.
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