quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Minha coragem que não existe

Despedaço-me, caio em um chão sem fundo, ficar de pé é um esforço de herói, eu não sou herói, eu não sou bonita, eu não sou perfeita, eu não sou calma, eu não sou orgulhosa, eu não sou vazia, eu não sou nada. Só me despedaço, só amo, só aceito, só escuto e engulo seco. Rasgo a garganta, corto o desejo de carinho, pra ver se assim, dessa maneira, eu sobrevivo. Já passou da hora de arrancar esse amor unilateral que tanto me dilacera e me deixa na tormenta. Suas unhas cortou minha pele, suas palavras me deixaram humilhada, seu silêncio me come. Você não merece a beleza do amor. Você não merece a exposição humana de uma mulher magoada, arrasada, decepcionada. Você não merece o sublime da troca. Meu corpo sem força, meu amor sem lugar, o que faço com ele?!é grande, pesado, bonito, recheado, brilhante, cheio de pontinhas fosforescentes, o que faço com ele?Não aguento segurar sozinha, não suporto vê-lo morrendo, não dou conta de aborta-lo de mim. Cansada desse purgatório que você cria e me coloca dentro. Se eu tivesse coragem enfiaria uma faca na minha buceta e cortaria tudo de você que existe em mim. Tomaria comprimidos e depois me jogaria do 20º andar de um prédio qualquer. Gritaria no meio da rua que o ser humano está doente e que o mundo está errado. Tatuaria no meu corpo a palavra amor, em todos os pedaços, em todos os caminhos. Se eu tivesse coragem furaria meus olhos, raspava meu cabelo e fugiria pra longe. Se eu tivesse coragem mataria você dentro de mim.

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