segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Meu rato morto

Viver tem sido uma luta. Acordar todos os dias também. Não sei no que acreditei, nem no que acreditar. Perdi a fé no ser humano porque um único ser humano me fez muito mal. Mal de verdade, não to falando de coisas simples que machuca o ego e o coração. Não, to falando de um tipo de violência especifica. Uma violência psicológica que destrói sua feminilidade acaba com sua autoestima e aniquila qualquer possibilidade de amor próprio. Ok! Identifiquei o mal das minhas insônias, das minhas crises de choro, do meu pânico de sair de casa. E agora?! Agora ta aqui, uma mulher com um rato morto na mão, e uma impotência enorme diante da vida, diante de si, diante do amor. Esse rato morto foi minha doença durante dois anos, o arranquei da minha vagina, pois ele ficava lá, grudado, mastigando meu útero e lambendo meu ânus. Esse rato me fazia sangrar, me fazia gozar, me fazia doer, doer muito. Mas eu não sabia, eu juro que não sabia que era assim, que era tanto. Passei uma semana tentando arranca-lo de mim, foi nessa noite que consegui. Acordo hoje com o rato morto na minha mão, sentindo um vazio enorme dentro de mim, um mal estar e uma dor nos braços. Não sei!Não sei onde jogo o morto, e com as mãos ocupadas não consigo cuidar dos ferimentos. 

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