Janela do taxi aberta. Corríamos mais rápidos que luzes de natal iluminando a cidade. Um vento batendo frio na cara. Do meu lado ela olhava com um olhar perdido, deitada no banco do taxi, ela disse: Que bom que eu tenho você. Sim amiga, que bom que nós nos temos. Olha menino, eu vou continuar, vou continuar minha vida, porque acredito nela, e acredito sobretudo nessa porrada de gente do meu lado, nessa porrada de amigo sensível sofrendo comigo as dores da vida. Sei que sou capaz de amar porque te amei de mais, talvez ainda ame, ou talvez já tenha deixado de amar lá atrás, quando você comeu a japonesinha carioca. E continuei por medo, fraqueza, carência, orgulho...Ainda não sei. Não sei o que quis provar pra mim mesma, e te juro que se não fosse essa história da doença, eu já teria me libertado de você. Mas isso me fere ainda mais. To confusa com tudo, cansada de tudo, sinto dores e minha cabeça pesa. Mas Deus me protege que eu sei. Deus me alimenta quando minha alma grita desesperada de fome. Sinto que perdi em filho, que perdi um pedaço, que se foi o amor que tive, e que é preciso botar uma pedra em cima. Sinto que não resta mais nada além de feridas, de aprendizados, coisas boas e ruins. Não resta mais amor nem para se manter uma amizade, porque toda essa história deixou marcas fundas de mais, e só o tempo. O tempo...somente o tempo pra curar tudo, pra esquecer e compreender. Dói. Dói muito!Esse físico doente e essa alma em milhões de pedaços tentando se recompor. Aquele vento na janela e Adele de fundo mostrando que é preciso continuar, que muitos outros amores virão e muitas histórias farão com que essa se enterre em um passado longo e distante. Me sinto feliz, apesar de, me sinto feliz. Vamos indo, não é verdade?precisamos ir. Precisamos seguir adiante. Precisamos molhar os pés e sacudir a roupa suja. Rearranjar a bagunça que você deixou. Que bom que eu tenho vocês. Meu Deus, obrigada por tudo.
“Eu não desejo nada além do melhor pra você também...Às vezes o amor perdura, mas às vezes dói, ao invés disso.”
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