quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sem amor....O que se há de fazer?

Ela se desfez em poucos segundos. E tudo que parecia concreto arrefeceu-se em questões inusitadas do tempo. Lembranças enigmáticas, lembranças insistentes e doentias. Não acredito nela, uma certeza absoluta de você deitado em cima de alguém. Aquilo a entorpeceu de tal maneira que compareceu sozinha ao abismo. Ela, menina de olhos inchados e coração encharcado de sangue, procurava recompor-se a medida que o tempo corria em novas experiências. Nossa pequena, por minutos, ou horas, talvez. Encheu-se daquelas lembranças boas, coração apertado e os olhinhos doídos de lágrimas... Às vezes, as lágrimas ardem dentro do peito, nela chegava a queimar. Não desejava mais, importunamente o bicho da doença acompanhava seu sutil deslize pela imperfeição humana. Não que ela quisesse, absolutamente não, mas dessas coisas de lembrança somente o espírito entende. Regozijava feito abelha na poça de lama, uma lua imperfeita a entorpecia de medos nocivos e apaixonados. Nossa pequena menina alerta, se desfazia. Sem que ninguém percebesse ala se aproximava da peste, em instantes além do tempo, ou de qualquer contagem cronológica-espacial.  E lá estava ela, doendo por dentro de algo tão distante que qualquer palavra seria uma mísera explicação do inexplicável. Uma ligação mitológica e atemporal. Pudesse ela se recompor... Como desejava,  Meu Santo Deus! Mas impossível seria qualquer tentativa falida de distanciamento daquilo que a possuía inteira. Chorava por dentro e escondia, por vergonha, as lágrimas que corroíam seu peito fraco e insolente. Sozinha na noite ela fumava seu último cigarro antes de entregar-se ao sono, já que agora apercebia-se assim...sonolenta e cheia de fé.
Gritava:
- Que você seja feliz da maneira mais intensa e dolorida possível. Desejo que minha alma adentre em seus sonhos tolos, e que daqui em diante eu faça parte da melhor carnificina dos Santos. Em você e por você... Eu continuo flor, continuo sem forças mas entupida de fé. Te desejo isso que sinto e mais um pouco, além das distorções terrestres, o que resta é nosso espirito clamando por amor...Só isso!
Ela fecha a noite. Ouvindo Caetano cantando “Sonhos” . Assim deixa de sonhar um pouco. Vive menina, vive!
Na dureza realidade que existir compõe.
- Sem amor... O que se há de fazer?!

"Esquece nosso amor
Vê se esquece
Porque tudo no mundo
Acontece
E acontece
Que já não sei mais amar
Vai chorar, vai sofrer
E você não merece
Mas isso acontece
Acontece que meu coração
Ficou frio
E o nosso ninho de amor
Está vazio
Se eu ainda pudesse fingir
Que te amo
Ah
Se eu pudesse
Mas
Não quero
Não devo fazê-lo"

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