sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não sabemos...

Eu não sei. Juro que depois de tudo ainda resta saudade, uma sobra pingando do corpo, tristeza fria e leve. Te deixo em paz, tenha certeza disso. Tenho tomado banho, acordado cedo, rezado antes de dormir, arrumado o quarto, chorado um pouco quando a chuva é muita e o céu fica cinza de mais. Hoje eu chorei um pouquinho, e fazia dias que isso não acontecia. Mesmo depois de saber, eu ainda não sei. A decepção apaga um pouco a beleza de tudo, o buraco que criei pra jogar fora nossa parte falsa da história, ainda fede. Já joguei terra, cimento, farinha, suco de uva e feijão. Mas do lado tá nascendo uma roseira linda, e uma folha de São Jorge, tem suas belezas o fim do amor. Cresci e aprendi, aprendi pra caralho, mesmo quando soube dos espinhos escondidos por detrás das palavras doces, ainda prefiro o doce. O doce amargo daquele sexo com o gozo que veio depois de ouvir “Eu amo você”. Dos planos embaixo do sol, das bobagens leves ditas antes de dormir. Sim, sim, sim eu sei que te amei em excesso. Que culpa tenho disso?!Que erro enorme entregar um pedaço da alma e se perder na tempestade dessa solidão que escorre pelos dedos!Sou tão carente...
Tenho rezado pra você antes de dormir, tô pedindo pra você ser feliz, tô pedindo pra você não machucar mais ninguém. Tô pedindo pra ele cuidar do seu coração e não deixar que você se perca mais e que não perca mais ninguém, por que as pessoas são preciosas. Ai é que vem a parte mais triste, perder você como homem é a primeira parte da dor, a segunda, terceira e quarta, vem do fato de perder seu ser humano. Não gosto de perder seres humanos pra vida, e nunca havia perdido ninguém que me fosse tão caro.
Acendo um cigarro e choro mais um pouco. Vivo a nostalgia das boas lembranças e a revolta de me sentir usada e enganada. Mas continuo construindo minha base que já andava enfraquecida. Te agradeço por tudo, absolutamente tudo. Obrigada por me fazer criar, por me fazer ler tanto, por me fazer pintar e escrever em cima da dor. Você deixou feridas profundas, mulher sem pernas, feminilidade sufocada, menina medrosa e Dayane apagada. Mas quem cai sustenta-se em alguma coisa pra se reerguer novamente, e graças aos Deuses, a Bruxa, os anjos e o universo uma força gigantesca e brilhante me puxa pra cima. Aprendi que sei amar de verdade, e acho isso tão lindo. Aprendi!Aprendi muito. Ganhei um grande amigo, ganhei uma enorme força, e fiz uma cena linda hoje na faculdade pra matar mais um pouco você dentro de mim. Nossa enorme diferença estabeleceu-se ai: enquanto eu, nos momentos de dor e dúvida, criava cenas, fumava um cigarro, bebia um pouco,  pintava, escrevia meus textos. Você comia mulheres, você flertava com alunas e se contaminava pelo “vírus do mal”, você mentia pra mim e me traía. Me usava e me enganava mais um pouco. É, nós temos princípios e sobrevivências extremamente diferentes, essa história não daria mesmo muito certo. Segue bem Atahualpa, segue bem que a vida lhe abre as portas que você escolhe, que a vida põe em suas mãos os frutos que você plantou. Que você seja feliz, feliz pra caralho, mesmo sabendo...talvez no fundo, você também não saiba. 

Um comentário:

  1. Um dos textos mais lindos que escreveu nos últimos tempos! Me arrepiei toda! lindo e sobretudo..sincero!

    ResponderExcluir