Sabe, eu poderia ter casado com você, e a gente poderia ter sido feliz pra sempre, como a Branca de Neve e seu príncipe encantado, ou até mesmo Romeu e Julieta. Sei lá, a gente podia ter vivido uma história linda, eu poderia ter tido uma filha sua e você chegaria em casa do trabalho enquanto eu preparava os óleos e as velas pra massagear seus pés. Você iria chorar no meu colo e eu no seu. Riríamos juntos da chuva que tomamos voltando pra casa. Brigaríamos porque você esqueceu a janela aberta. Eu viveria dos meus sonhos que ainda não conheci e te daria a possibilidade dos seus. Se você aparecesse hoje com uma rosa na mão(mesmo sem plástico) me pedindo desculpa, eu juro que tentaria de novo, que continuaria acreditando na nossa história linda. Sei que errei quando acreditei naquele êxtase no final da peça, quando o que mais me valia eram os silêncios preenchidos de amor, era o roteiro que encenava escondida, era meu palco de plateia vazia e minha atriz acenando ao longe a possibilidade de adeus, era o amor, esse amor de filme, esse peito cheio e olho brilhando no escuro. É, o que é o sexo diante do prazer quando a cortina se fecha?! O que são as feridas que você deixou em mim diante do sonho que criei pra gente?! Tenho confundido a realidade com minhas caixinhas cheias de novas histórias mirabolantes. Criei-me de novo e no meu sonho novo eu quero um novo amor, mesmo que esse amor seja eu, um novo eu novo. Eu não sei fazer outra coisa, eu não nasci pra viver de outra maneira, se não essa. Eu ainda choro no final dos filmes de amor, eu ainda me sinto viva quando um encontro me faz renascer, eu ainda amo as pessoas tolas, bobas, simples, oleosas e suspirosas...intensas e inteiras. Eu ainda tenho coragem, eu ainda acredito nisso que o teatro faz de mim, olha que coisa mais tola? Boba...démodée? Eu ainda vivo pelo que faço, e o que faço enlaça tudo isso que sou, o que sou ainda me faz ser e querer continuar sendo e fazendo e tentando e acreditando e lutando e amando e atuando e criando e sendo e bláblábláblá.... Essa bobagem toda que de tão simples me enche os olhos disso que chamamos de lágrimas, mas que eu ainda prefiro acreditar que o meu mar transbordando os excessos que me afogam.
Lindo, nega! :*
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