(para Taís Gomes, aquela dos bilhetinhos que imprimi e colei no guarda-roupa)
Não, não tem sido fácil, juro pra você que não. Tenho tentado minha amiga, arregaçando as mangas e cumprido o combinado. Levanto, tomo banho, faço um café e fumo um cigarro. Encontro os amigos, leio, bebo água e tenho até passado creme pelo corpo. Acendo incenso, vela, rezo e tiro tarot. Limpo a casa, lavo o banheiro, faço compras no supermercado. Escrevo, coloco o lixo pra fora, converso com quem eu amo, organizo os livros, as pesquisas, escrevo projetos. Cuido das minhas plantas, faço panqueca pro Willian e perambulo na noite com a Camila. Tenho tentado, seguido em frente, e sustentado uma fé que a muito não via nascer em mim, carregando na palma da mão uma paz que transborda nas tardes ensolaradas e nas noites frescas. Mas não tem sido fácil, porque é difícil ser rejeitada e compreender todas as mentiras e enganos que foram cometidos contra você. Não é fácil sair do papel de vitima e começar a reconhecer toda sua responsabilidade na história. Já passei pela fase de não acreditar no amor, depois veio o desespero de encontrar alguém, agora to tentando me reestruturar e recompor os cacos. As pessoas não amam e não se entregam da maneira que eu desejo. Nada funciona assim. Hoje conheci uma Italiana linda, conversamos horas sobre esse estado externo, medroso, unilateral e consumista no qual se encontra o ser humano. Eu não quero fuder com ela, não é o sexo e muito menos uma noite a dois que me faz desejar o desejo de adentrar em alguém. Gosto das profundezas da sinceridade, aquela onde o silêncio já diz muita coisa. Gosto de amar e de aprender com cada pessoa que cruza meu caminho. Não quero colecionar namoradas ou namorados, na verdade, não gosto muito de coleções. Andei percebendo que as pessoas tem se assustado comigo, porque eu entrego, porque me dou inteira. Não me interessa se é para o cara gostosão que transei na noite passada, ou a menina doce e gentil que me atendeu no supermercado, ou meu ex-marido que passa a tarde jogando videogame com o meu outro ex, aqui na minha casa, enquanto eu lavo a louça e preparo suco de maracujá para os dois, ou aquele moço que inesperadamente disse que me amava... Eu tô ali sempre, olhando no olho, dando o melhor de mim e amando essas pessoas que magicamente cruzaram meu caminho. Gosto de conversas, de discussões, êxtase, estados de transe, conhecer e trocar com essas poucas pessoas intensas e verdadeiras que encontro pelo caminho. Confesso que descobri, a pouco tempo, que andava me desvalorizando muito, me entregando pra quem não valia a pena, doando minha alma pra qualquer um que me enganasse com mentiras e falsas promessas. Será que não me amo em absolutamente nada?! É, talvez! Essa constatação me assustou um bocado. Comecei então a construção da minha caixinha do amor, aquela onde só eu possuo a chave, o lugar onde posso retornar quando o mundo inteiro desaba na minha frente. Não tem sido fácil, mas tenho gostado dos resultados. Em dias como o de hoje é particularmente muito complicado manter a fé em si mesmo. Mas não desisto, continuamente, mesmo na dor sufocante que às vezes me engole, busco construir a cada dia que passa um pedacinho da minha caixinha do amor. Tenho me sentido mais forte e fortalecida pra dizer não! Não, eu não me entrego mais pra qualquer ser humano que esbarra meu caminho. Somente aqueles onde minha intuição e minha percepção selvagem e amorosa encontram respostas sinceras, humildes e verdadeiras. Seres humanos de verdade! Seres humanos despostos a. Uma busca de pérolas no mar revolto. Agradeço a Deus todos os dias as preciosidades que já encontrei pelo caminho, todos e todas que me recebem de alma e coração abertos. Esses amores/amigos que me excitam e me fazem querer continuar por eles, pra eles. Não posso mais dar amor a eles e elas se não faço o mesmo comigo. Tenho feito, pelo menos é o que venho buscando e humildemente acredito que tenho conseguido. Mas é como abandonar um vício... Febre, delírios, dores, vômitos, alteração da realidade, raiva, alucinações e perda de memória. Mas não desisto da guerra! Como disse minha amiga: Dayane, guerreira?! Ela já nasceu em guerra!!!!
Vontade.... Desejo....Muito desejo de seguir em frente, muita vontade de ser melhor! Eu sei que consigo....Eu sei! Com muito amor e paixão, eu chego lá, me aguarde!
Com muito amor e carinho,
Pra você, que é mais uma das minhas pérolas!
Eu.
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