sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Depois de uma tarde meio triste

Tentando. Essa coisa quase inevitável que é a vida.
Esconder os antipsicóticos. Encobertar os antidepressivos.
Rasgar um medo que vem e volta.
Encontrar um sentido, não desistir da solidão, amar minha incompreensão.
Não tem sido fácil.
Rearranjar os móveis de uma maneira que entre mais sol.
Limpar a poeira de dias, meses...anos.
Esquecer mesmo lembrando, um dia ou outro.
Fingir que faz sentido pra que no final da noite faça.
Cumprir o combinado que fiz comigo.
Deixar passar a náusea, sentada na varanda, fumando um cigarro, olhando pra chuva e segurando o choro.
Quem disse que quero continuar?!
... No mais eu continuo, um pouco menos desesperada, um pouco menos atormentada. Rezando e acendendo vela. Gritando dentro do banheiro, ficando em silêncio, observando o comportamento pra ver se tempero o meu. Ao meu redor vejo uns amigos ganhando, outros amores perdendo, um monte de gente angustiada sem saber do amanhã, sem entender o que se passa. Eu tô tentando cuidar do espirito, deixar pra trás essas magoas dolorosas de quem não esqueceu, do amor que foi e nunca mais voltou. Entro numa rua escura e depois na sala iluminada pelos afazeres que me salvam. Desse jeito eu vou levando, às vezes santa, às vezes puta!Uma garrafa de vinho inteira pra aplacar o tédio de viver nesse mundo meio árido e frio, um cigarro pra sintonizar, um pó pra dar energia, um colo pra esquecer que é tudo verdade e uma fé desconhecida em “qualquer coisa, não importa o que.”

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