...Lá me veio você, inesperadamente, como nos bons encontros. Vinho, muitos beijos, um desenho, papeis, caneta, cigarro, convites. Aquele seu olhar doce, um reconhecimento que vem de antes. Você me toca no osso, de um jeito que me surpreende.
Sabe Be, você disse que eu sou doce, meiga, e que os pintores tem esse defeito de se encantarem por mulheres especiais. Balela?! Talvez... o pior é que vindo de você eu acredito, em tudo. O mudo me feriu algumas vezes, as pessoas com sua crueldade, falta de sensibilidade e afeto também. Essas suas palavras me encantam, seu romantismo me encanta, sua sinceridade me encanta, sua pulsão me encanta, sua loucura me encanta e me assusta. Tenho medo, porque mesmo parecendo forte sei que sou fraca. A vida me sacudiu e nesses olhos melancólicos que te atraem existe ainda uma poeira de dor.
Gosto quando você segura minha mão e me afaga o pescoço. Mas gosto principalmente quando você me olha nos olhos e ficamos alguns segundos parados, em silêncio, ouvindo o que uma alma tem a dizer aquela outra. Você me encanta, e como tudo que mexe dentro, às vezes desejo fugir, mas minha natureza selvagem não me permite abandonar o amor, por mais perigoso que parece ser.
Reconheci sua alma, e compreendo a química que corre no seu sangue e te trava os lábios. O suor excessivo, as falas compulsivas, a dor de andar, a fuga nos antidepressivos, a cocaína, o mal jeito, a falta de grana, suas pinturas, sua mão quente, seu jeito de se esquivar da realidade...compreendo meu menino, compreendo. Tenho medo! De alma lavada, exposta e sincera me entrego a você, e peço a Deus proteção.... Que saibamos o que faremos de nós.
Pra onde vamos?!
Ainda não me interessa.
“Nunca serei grosseiro com você, porque antes de sê-lo, eu vou chorar”
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