Descubro na insanidade o antidoto perfeito pra algumas dessas dores. Aplacando meu espirito eu sigo, mesmo definhando um pouco os dedos dos pés, prefiro cravar raízes profundas nessa terra seca que um dia me engoliu, enterro.
Enterro o peso do filho que nunca tive, do amor que nunca voltou, da esperança que não morre, do desejo de conhecer dentro, da dor de ser e simplesmente continuar sendo...mesmo que sufoque.
Meu útero furado, ferido, violado. Meu útero que às vezes esqueço e me agrada nos dias frios demais...quentes demais. Minha pele que não seca e os olhos que teimam em soltar flechadas certeiras. Essa hemorragia que não cessa e não me deixa parar.
Minha maior vingança é continuar, fora do quadrado que não enquadra minha fotografia. Sou vitima da arte e uma escrava eterna do amor.

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