Era uma vez uma menina de cara amarrada, olhos meigos e uma boca doce. Carregava no peito um suspiro que se derretia quando o frio era frio demais. Essa menina subiu em uma ponte e perdeu um sapato, desceu de um prédio é perdeu uma luva, escorregou na rampa e perdeu um brinco, dependurou-se na escada e perdeu sua blusa, pulou de um avião e perdeu as calças... Tinha começado a subir a rua, era noite e o destino não chegava, fazia frio e cada vez mais frio. A menina agarrou-se nos próprios braços e cheia de fé aqueceu-se dentro, e pela primeira vez, não se derreteu. Sem sapatos, brinco, luva, roupas... Da carne antes fraca fez-se uma rocha firme, com pés no caminho do amor. Era uma vez uma menina...

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