segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Nossos ós

Eu cuido de você! Não era isso?! Nossas tardes cinzentas silenciadas pelo medo. Caminhamos de lados opostos sem compreender que o caminho mais próximo era aquele mesmo.  Os dias corriam e nós nos aproximávamos daquilo que no fundo não queríamos.  Vi você nascer e você me viu morrer, sem perdas e ganhos, nós fomos sublimes. Meu engano que conforta, creio fielmente naquilo que inventei. Chega de dissoluções, quero somente o que continua, abstendo-se de mim chorei como uma vaca que perde seu bezerro morto de fome.  Nada daquilo era infelicidade, mas aquela coisa que não se diz o nome. Etimologia perfeita para  os enigmas do amor, minha pedra partida ainda representava o seio. Desejei você perante o universo que me esfregava o contrário. Fumei a fumaça que espremia seu corpo quase infantil, nas partes de baixo. Minha fêmea de coito interrompido, meu gozo sessado pelo tempo. Chorei o leite que escorria seco do seu fálico e falido caralho de merda. Abriu-se milhões de espaços e dentro daquilo que enfebrecia minha pele eu renasci daquele pó rubro e acinzentado. Deixei de ser, para poder ser de verdade.   

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